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domingo, 14 de junho de 2009

Outra machadada na missa nova: carta de um ortodoxo à Federação Internacional Una Voce

 

Vamos todos praticar o ecumenismo do Vaticano II? Vamos ser tolerantes e abertos; liberais e modernos; dialogantes e compreensivos? Sim? Então vamos ver o que um ortodoxo pensa da «purificação das liturgias» (que é como quem diz da revolução litúrgica empreendida pelos maçons e os protestantes). Não nos esqueçamos que temos que ser ecuménicos! Precisamos ouvir o que dizem os ortodoxos para podermos empreender um ecumenismo autêntico com eles, não é?


Com a palavra um anónimo ortodoxo, um nosso irmão separado que procuraremos ouvir atentamente, para agir em conformidade com as suas expectativas e aspirações relativamente à Igreja Católica (ah pois, não são só os hereges protestantes que têm o direito a pôr e dispor na nossa doutrina e na nossa liturgia):
Carta de um anónimo ortodoxo à Federação Internacional Una Voce
Fonte:
Foederatio Internationalis Una Voce
Tradução minha – Magdália (Tradição Católica)

 


Caríssimo Sr. Presidente:
Espero que entenda que não é intenção da Igreja Ortodoxa interferir em assuntos que concernem ao Bispo de Roma.
Na medida em que a Sagrada Liturgia é a oração pública da Igreja, na qual e através da qual o Santíssimo Redentor continua a rezar e a oferecer-se ao Pai Eterno em sacrifício, a Igreja Ortodoxa admira o objectivo da Foederatio Internationalis Una Voce.


Não há dúvida de que é o sensus fidelium [nunca melhor dito!!!] que vos impulsiona a promover a forma extraordinária do Rito Romano, com o seu comprovado proveito espiritual para os actuais católicos da Igreja Romana, tal como para inúmeros santos no passado.


Devemos admitir que alguns pontos causam perplexidade e não pouca preocupação a muitos ortodoxos.
Primeiro, e contrariamente à crença popular, as mudanças litúrgicas não são inconcebíveis na Igreja Ortodoxa. Contudo, e dado que todas as mudanças litúrgicas devem sempre permitir a Nosso Senhor rezar na Sua Igreja em espírito e verdade e, por conseguinte, de modo apropriado, hão-de dar-se [essas mudanças litúrgicas] sempre de forma dinâmica e a partir da riqueza e vitalidade espiritual e intelectual (intus-legere) da sede (local ou universal) que realiza tal mudança. Não se pode, então, planear as mudanças litúrgicas; de outro modo, estas [as mudanças litúrgicas] correriam o risco de ser mais a expressão da duvidosa marca do genius temporis do que a vontade do Filho de Deus de rezar na Sua Igreja e através dela, ao Pai Eterno, in spiritu et veritate.


Em segundo lugar, o éthus teológico geral e pastoral particular que subjaz à forma tradicional do Rito Romano, é idêntico ao que informa a Divina Liturgia da Igreja Ortodoxa [muita atenção aqui, ao que vem a seguir, porque é muito importante para o ecumenismo!!! Lol]. Portanto, muitos ortodoxos temem que possam [a Igreja católica e os católicos] considerá-los como extraordinários quando se estabeleça a plena comunhão entre as duas Igrejas. [daqui se depreende que, mais atrás, quando ele fala do rito romano, refere-se à missa tradicional, e não à missa nova! De contrário, não seriam jamais considerados extraordinários. Então é a missa tradicional e não a fabricação litúrgica que é semelhante à Divina Liturgia ortodoxa. Machadada nos simpatizantes orientais que dizem que a missa nova é mais parecida com a liturgia oriental, machadada no ecumenismo vaticanesco!!!]


Não importa como cada um interprete o termo «extraordinário», com o seu significado comum ou canónico; o facto é que a Igreja Ortodoxa não considera que a sua oração pública [a sua liturgia] seja extraordinária. Deste modo, ela [a Igreja ortodoxa] aprecia todos os esforços desinteressados do Papa Bento XVI, dos cardeais Cañizares Llovera e Castrillón Hoyos, do arcebispo Ranjith e de Vossa Excelência, Sr. Presidente, no sentido de promover uma forma de ecumenismo no mais profundo sentido do termo [e agora, inimigos da Missa de sempre e amigos do ecumenismo irenista e relativista?!!!]


Como sabe, nas últimas décadas, o Ocidente, particularmente, padeceu de uma das mais graves crises culturais de todos os tempos. Quando uma crise cultural e a falta de autênticos grandes teólogos, como os padres da Igreja, convergiram num único fenómeno, a Igreja, historicamente, foi sempre renitente em efectuar mudanças que alterem a sua experiência comprovada. Mais ainda, durante estes períodos de crises, o Senhor suscita, na Sua Igreja, grandes santos: papas, bispos locais, clérigos, religiosos e leigos que propõem uma renovada vitalidade através de instituições especiais e estruturas eclesiais para apoiar a Igreja enquanto dura a crise.


A Igreja Ortodoxa tratou satisfatoriamente os seus próprios problemas em matéria litúrgica. Talvez algumas das soluções mais práticas possam ser úteis também para ajudar a Igreja Católica.
(por desejo expresso do remetente, omitiu-se o seu nome, a sua identificação)

sábado, 13 de junho de 2009

Porque o Êxodo em massa ao Protestantismo?

Por John Vennari

Quando o Papa Bento XVI veio ao Brasil em Maio passado (2007), havia notícias em todo o mundo de que um dos problemas mais críticos que ele deveria abordar na América do Sul era o do êxodo em massa dos Católicos para diversas formas de Protestantismo.

Na época, os jornais reportaram:

1) Os ministros Protestantes superavam na proporção de 2 para 1 os padres Católicos;

2) A Igreja esperava de 300 a 400 mil pessoas para a Missa ao ar livre do Papa Bento no Santuário de Aparecida, mas somente 150 mil compareceram;

3) Por volta do mesmo horário, os Protestantes faziam seu evento anual “Marcha para Jesus”, ao qual compareceram 1.5 milhões de pessoas;

Creio que foi o Cardeal Hume, da Sagrada Congregação do Clero, que disse que na América do Sul havia uma hemorragia de Católicos para o Protestantismo.

O que desejo fazer esta manhã é abordar o que acredito serem algumas das razões deste êxodo em massa estar acontecendo, como também, com todo respeito, dar algumas recomendações do que pode ser feito sobre isso.

Com relação às razões: vou listar três razões, mas não necessariamente em ordem cronológica.

A primeira razão:
Temos que reconhecer que a América do Sul tem sido alvo do Protestantismo desde os anos 50. O Padre John Harden, um teólogo Jesuíta americano, conta que em 1957, participava de um encontro do Conselho Mundial de Igrejas, em um cargo oficial para o Vaticano. Nessa reunião, as lideranças do Conselho Mundial de Igrejas incitavam os missionários Protestantes a focar agressivamente a América do Sul com uma campanha de proselitismo a fim de aumentar as conversões. O CMI estava ciente de que a América do Sul era predominantemente Católica, e o objetivo do CMI era romper a força da Igreja Católica na América Latina.

A segunda razão:
O Sr. Nelson Rockfeller, o multi-milhonário globalista e humanista, publicou uma reportagem sobre a América Latina em 1969/1970. Nessa reportagem Rockfeller diz que na América Latina a Igreja Católica NÃO era uma aliada dos Estados Unidos – e que “nós” deveríamos portanto promover várias seitas Evangélicas não-Católicas na América Latina.

E acreditem; Rockfeller foi capaz de fornecer enormes quantias de fundos para espalhar o Protestantismo na América Latina.

Portanto, essas duas informações indicam que a América Latina foi alvo de uma campanha agressiva, organizada e rica do proselitismo Protestante para enfraquecer a Igreja Católica; e para afastar almas da verdadeira Fé.

E isso nos leva à terceira razão:

Temos que reconhecer que essa campanha não poderia ter sido bem sucedida se a Igreja Católica na América do Sul opusesse forte resistência; se o clero e os laicos tivessem simplesmente desenrolado a bandeira da Igreja e travado sua própria campanha, corajosa  de contra-reforma.

Mas algo aconteceu que impediu que muitos de nossos Clérigos influentes abandonassem o conceito de Igreja militante; que muitos de nossos Clérigos tivessem vergonha de se engajarem em atividades de contra-reforma. E o mais significativo evento que efetivamente matou a verdadeira militância Católica, que matou as atividades contra-reforma, e que deixou a Igreja aberta aos saques do  Protestantismo foi o Vaticano II e o novo espírito do ecumenismo.

Este novo espírito de colaboração ecumênica com o Protestantismo efetivamente esmagou as trincheiras de proteção Católica contra os erros do Protestantismo, e os erros do naturalismo. Esse novo espírito também acabou com os pronunciamentos dos Anáthemas. Não queremos condenações, mas sim, queremos simplesmente promover os aspectos positivos da Fé.

Na verdade isso é contrário ao espírito do Próprio Cristo. Sabemos, ao ler o Evangelho, que Nosso Senhor não fez só um ou outro: Ele fez ambos: Ele pronunciou a verdade e a bondade da Fé Católica. Ele disse aos seus apóstolos: “Vão em frente e preguem a todas as nações, batizando-as em Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Mas ele também ameaçou os excomungados: Aquele que acreditar e for batizado será salvo; aquele que não crer será condenado”.

O falecido Dr. Romano Amerio, grande teólogo do Vaticano II, que era admirado pelo Papa Bento XVI, disse o seguinte a respeito do novo espírito de não condenação dos erros:

O estabelecimento do princípio da misericórdia em contrapartida ao da severidade, ignora o fato de que na mente da Igreja, a condenação dos erros é em si própria um ato de misericórdia, uma vez que, apontando os erros, aqueles que os estão cometendo são corrigidos e outros serão impedidos de caírem neles”.

Agora, o novo espírito ecumênico teve um efeito danoso na catequese Católica. Desde a época do Conselho, era considerado ofensivo aos Protestantes ensinar que a Igreja Católica é a única e verdadeira Igreja. Como resultado, uma das primeiras coisas que desapareceu do treinamento de nossos jovens Católicos, foi a sólida apologética Católica de que só a Igreja Católica é a única e verdadeira Igreja estabelecida por Nosso Senhor.

E, como resultado, temos agora duas gerações completas de Católicos a quem – de maneira geral – não foram ensinadas esta verdade. E atrevo-me a dizer: temos agora duas gerações completas de seminaristas a quem não foram ensinadas esta verdade.

E, com sua permissão, eu falo com experiência. Nasci em 1958. Estudei 13 anos em escola Católica – ou seja; jardim da infância, primário e colegial. Estava na escola durante o Vaticano II e as reformas subseqüentes. Nunca ouvi falar em Apologéticas Católicas até os 22 anos de idade.

Na escola nunca recebi ensinamentos que a Igreja Católica é a única e verdadeira Igreja de Jesus Cristo.

E lamento dizer que, se tivesse acreditado no que me foi ensinado em 12 anos de escola Católica, já teria perdido minha fé há muito tempo. Foi-nos ensinado um evangelho mais social: um evangelho suave e efeminado, sem dentes nem espinha dorsal.

Conheci a minha fé primeiramente através de livros antigos que meus pais tinham em casa, e depois através de intensas pesquisas e estudos.

Portanto, com o novo espírito ecumênico que foi lançado pelo Conselho, muitos Clérigos não mais se opuseram ao Protestantismo, não mais ensinaram que a Igreja Católica era a única e verdadeira Igreja estabelecida por Nosso Senhor. E, convenhamos, sem essa educação e treinamento firmes, os laicos foram abandonados sem as defesas que precisavam para resistir ao agressivo avanço do Protestantismo.

Uma Vibrante Campanha de Contra-Reforma

Agora, como recomendação do que pode ser feito, acredito que o que necessitamos desesperadamente é de uma forte campanha de ensinamentos Católicos aos laicos, que reitere a verdade de maneira descompromissada, de que a Igreja Católica é a única e verdadeira Igreja estabelecida por Cristo, e que um Católico que abandona a fé Católica para seguir uma seita Protestante não salvará sua alma. O Católico que abandona o Catolicismo pelo Protestantismo poderá – de maneira objetiva – cair sob os solenes anátemas do Concílio de Trento.

Aderir ao Protestantismo é abandonar o Sacramento da Confissão.

O Concílio de Trento prega infalivelmente: “Se alguém disser que a Penitência na Igreja Católica não é um sacramento verdadeiro e correto, instituído por Cristo Nosso Senhor para reconciliar os fiéis com Deus, todas as vezes que caem em pecado após o batismo, que ele seja excomungado”.

Aderir ao Protestantismo é abandonar a crença na Presença Real de Nosso Senhor nos Santos Sacramentos.

O Concílio de Trento prega infalivelmente: “Se alguém negar que no Sacramento da Sagrada Eucaristia estão contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente, o corpo e o sangue junto com a alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, e consequentemente o Cristo completo; mas disser que Ele está presente somente como um sinal, ou figura, ou virtude, que ele seja excomungado.

Aderir ao Protestantismo é abandonar a crença no Sagrado Sacrifício da Missa

O Concílio de Trento prega infalivelmente: “Se alguém disser que o sacrifício da missa é somente um sacrifício para louvar ou dar graças; ou que é uma mera comemoração do sacrifício consumado na cruz, mas não um sacrifício
Conciliatório; ou que somente a pessoa que o recebe o aproveita; e que não deve ser oferecido aos vivos e aos mortos pelos seus pecados, penas, satisfações, e outras necessidades; que ele seja excomungado.

Como disse, o Católico que abandona o Catolicismo pelo Protestantismo não pode evitar – de maneira objetiva – de cair sob os solenes anátemas do Concílio de Trento. Ele não salvará sua alma.

Esta é a realidade de nossa Fé Católica que deve ser ensinada, não de maneira abrupta ou beligerante, mas ensinada firme e amorosamente – sempre mostrando às pessoas o grande amor de Deus em Seu sofrimento e morte na Cruz por nós; e Seu amor em criar uma Igreja e Seu amor em dar-nos sete sacramentos. A operação da graça não muda, e as experimentadas e verdadeiras apologéticas Católicas podem ainda fazer milagres pela salvação das almas.

Portanto, quero revisar alguns pontos das apologéticas Católicas normais. As considerações que aqui faço podem ser úteis para os seus.

Quero deixar claro que nessas apologéticas, estamos falando sobre posições, e não sobre pessoas. Estamos olhando a posição Católica versus a posição Protestante. Tenho certeza que todos nós conhecemos Protestantes que são modelos de virtude natural, e tenho certeza que todos conhecemos Católicos que não vivem de acordo com as normas de bondade e justiça que nossa Fé requer. Mas pessoas não contam nas Apologéticas, somente as posições.

E começaremos olhando para o princípio fundamental Protestante “Somente a Bíblia”.

Bíblia: A Única Regra da Fé?

O Protestante acredita estar em solo firme, pois diz que acredita e aceita a Bíblia e somente a Bíblia, como única regra da Fé.

Esta é a doutrina central Protestante da Sola Scriptura – a Bíblia sozinha é a única regra de Fé. É a Bíblia e somente a Bíblia que é o Pilar e Suporte da verdade.

Portanto a primeira pergunta a fazer é: quão estável é este suporte Protestante? O Protestante está realmente em terra firme quando diz que a Bíblia sozinha é a única regra de Fé?

Há um conhecido convertido ao Catolicismo nos Estados Unidos chamado Scott Hahn – um ministro Protestante que tornou-se Católico. Parte de sua história de conversão nos dá boas respostas a esta questão (Eu pessoalmente gostaria que o Dr.Hahn tivesse se tornado um pouco mais tradicional após sua conversão, mas isso não diminui a força da história)

Dr. Hahn foi ministro Presbiteriano, que, em seus dias de seminarista, era veementemente anti-Católico. Subsequentemente, como ministro, fez um tremendo estudo das Escrituras, pois queria que seus sermões fossem impregnados das Escrituras.

Mas, quanto mais ele estudava as Escrituras, mais ele percebia que as verdades nas quais os Católicos acreditavam, particularmente manifestadas nos ensinamentos dos antigos Pais da Igreja – São Jerônimo, São Basílio, Santo Agostinho - eram firmemente enraizadas nas Sagradas Escrituras. Esses Pais da Igreja eram Católicos. Cada um deles celebrava o Santo Sacrifício da Missa!

Não vou contar toda sua história, mas quero ressaltar um evento crucial que foi decisivo para sua conversão. Foi algo que ocorreu enquanto ele lecionava.

Lá estava ele, um Ministro Presbiteriano – um Professor Presbiteriano – ensinando a jovens adultos.

E um dos mais inteligentes alunos da classe perguntou, “Dr. Hahn, o senhor sabe a maneira como nós Presbiterianos acreditamos que somente a Bíblia é a única regra da fé Cristã, e nós seguimos a Bíblia e somente a Bíblia – e não a Bíblia e a Tradição?”

Hahn disse “sim”

O aluno disse, “Bem, e em que lugar da Bíblia isso é dito?”

Hahn respondeu, “Que pergunta mais estúpida!”

Assim que falou isso Hahn disse a si mesmo, “Você nunca falou assim com um aluno antes. Você nunca respondeu a um aluno insultando-o.”

Mas a razão pela qual Hahn respondeu daquela maneira foi porque ele sabia que não tinha uma resposta.

Hahn disse, “Bem, em Timóteo 2o., 3:16”

Mas o estudante retrucou, “Não, Timóteo 2º., 3:16 diz ‘Toda Escritura, inspirada por Deus, deve ser aproveitada para ensinar, para reprovar, para corrigir, em instrução, em justiça’. Diz que as Escrituras são úteis! Não diz que só devamos acreditar na Bíblia!”

Então Hahn disse, “Bem, veja o que Nosso Senhor diz sobre a Tradição em Mateus 15”.

Mais uma vez o aluno respondeu, “Bem, nada! Nosso Senhor não estava condenando toda Tradição, mas Ele estava condenando a tradição corrupta dos Fariseus”.

Então, após mais algumas tentativas frustradas de citar as Escrituras, Hahn anunciou que a aula chegara ao final e que poderiam continuar na próxima semana.

Agora, Dr. Hahn percebeu que não havia respondido à pergunta do aluno. E o aluno sabia que sua pergunta não tinha sido respondida.

Hahn foi para casa suando frio aquela noite e pensava, “Qual é a resposta para aquela pergunta?”

Ao chegar em casa telefonou para aqueles que considerava serem os maiores estudiosos Protestantes das escrituras nos Estados Unidos. E perguntou-lhes: “Pode ser que eu tenha dormido durante esta parte do meu treinamento no seminário, mas: vocês sabem a maneira como nós Protestantes acreditamos somente na Bíblia, e não nas Escrituras e Tradições – Onde na Bíblia isso é citado?”

E cada um desses estudiosos Protestantes disse: “Que pergunta mais estúpida!”

Então cada um desses professores invocou os mesmos versículos que Hahn tinha invocado: “Bem, há Timóteo 2º., 3:16” Ao que Hahn respondia como seu aluno, “Não esse versículo só diz que as Escrituras são úteis, e não que sejam a única regra de Fé”.

Cada um dos professores também disse, “Ora, existem as palavras de Nosso Senhor em Mateus 15”.

E Hahn retorquiu, “Não, Nosso Senhor não estava condenando toda a tradição, mas somente a tradição corrupta dos Fariseus.” E disse mais, “São Paulo nos instruiu em Tessalonicences  2º., 2:14 para resistirmos e “mantermos as tradições que aprendemos, seja por palavras, ou por nossas epístolas” (Thes. 2, 2:14).

E esses grandes sábios, esses mais eminentes teólogos Protestantes ficaram sem resposta.

Foi aí que Scott Hahn percebeu que o princípio central, fundamental do Protestantismo – somente a Bíblia – não é Bíblico!

Esta é uma tremenda contradição, e uma das razões pelas quais nunca poderia ser um Protestante. O Protestantismo alega que a base de seu sistema de crença é somente a Bíblia, mas o princípio de “Somente a Bíblia” é um princípio não bíblico; é um princípio que não é encontrado em nenhum lugar da Bíblia.

Sem Base na História

Em segundo lugar, o princípio de que “somente a Bíblia como única regra de Fé”, não pode ser um verdadeiro princípio do Cristianismo pois não tem base na história do Cristianismo.

Como os primeiros cristãos aprenderam sua Fé?

Como a Fé era comunicada a eles?

Como foi que Nosso Senhor pediu aos Apóstolos para comunicarem a Fé, as verdades que devem ser acreditadas para a salvação?

Ele ordenou: “vão em frente e ensinem todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Ele disse a Pedro, “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja” (Mat. 16:18). E São Paulo ensinou claramente que é a Igreja que é o pilar e o mastro principal da verdade (Tim. 1, 3:16).

Nosso Senhor deu a Pedro a autoridade, e incumbiu os Apóstolos a pregar em Seu nome. “Como meu Pai me enviou eu também vos envio”. (João 20:21).

Nosso Senhor não escreveu livros. Tampouco disse aos seus Apóstolos: “Sentem-se e escrevam Bíblias e as espalhem sobre a terra, e que cada homem leia sua bíblia e julgue por si mesmo”, o que é a essência do Protestantismo – cada indivíduo lê a Bíblia e decide para si quais são as verdades do Cristianismo. Não! Como disse, Nosso Senhor fundou uma Igreja para pregar em Seu Nome: “Aquele que os escutam, é a Mim que está escutando, aquele que os rejeitam é a Mim que rejeitam” (Lucas 10:16).  “E aquele que não ouvir a Igreja, seja considerado pagão e pecador público”. (Mat: 18:17)

A Igreja e a Fé existiam antes do Novo Testamento. Somente cinco dos doze Apóstolos escreveu algo! A Igreja estava ensinando, administrando sacramentos, os Apóstolos estavam perdoando pecados, a Igreja fazia mártires de sete a dez anos antes que uma só letra fosse escrita num pergaminho.

A Igreja estava espalhada por todo o Império Romano antes que uma só palavra do Novo Testamento fosse escrita. Tínhamos santos e mártires Católicos antes de termos Evangelhos e Epístolas.

O primeiro Evangelho foi escrito por São Mateus, cerca de sete anos após Nosso Senhor ter deixado este mundo. O próximo foi o Evangelho de Marcos, escrito 10 anos após Cristo ter subido aos céus. O Evangelho de São Lucas foi escrito 25 anos após a Ascenção de Nosso Senhor, e o Evangelho de João foi escrito 63 anos após Nosso Senhor ter deixado esta terra. O Apocalipse foi escrito 65 anos após a Ascenção de Nosso Senhor. E tudo isso foi escrito, como reitera o Papa Leão XIII, sob a Divina Inspiração.

Sendo assim, como é que os primeiros Cristãos se tornaram Cristãos e salvaram suas almas? Lendo a Bíblia? Não, pois não havia o Novo Testamento.

Vimos que o Novo Testamento nem havia sido terminado 65 anos após Nosso Senhor Ascender ao Céu.

Mas isto não é tudo.

Por mais de trezentos anos, a Igreja não tinha todos os livros da Bíblia compilados em um só livro.

E isto nos leva diretamente à questão da Autoridade.

Pois se você me der um livro – chamado A Bíblia. E você me disser que tudo naquele livro é a infalível palavra de Deus, a primeira coisa que vou perguntar é, “Quem disse isso?”

“Quem disse isso?”

Os livros não se escrevem sozinhos. Livros de múltiplos autores não se compilam sozinhos em um grande livro, e depois se auto-proclamam terem sido escritos pela palavra de Deus.

Não! Alguém, ou algum núcleo social, a quem Deus outorgou a autoridade de ensinar; de ensinar em Seu Nome; de ensinar infalivelmente, que pode me dizer isso. Somente uma autoridade como essa pode me dizer que esse livro é a palavra infalível de Deus.

E foi a Igreja Católica, no Concílio de Cartago em 397 DC, através da orientação do Espírito Santo, que determinou de uma vez por todas, qual era o Cânone do Novo Testamento; que decidiu que livros foram divinamente inspirados e quais não foram.

Vocês se lembram que existiam vários outros “Evangelhos” e “Epístolas” em circulação; alguns escritos por homens bons e santos, mas que não foram palavras inspiradas por Deus (por exemplo, as Epístolas de São Clemente). Outros foram simples fabricações; como os chamados Evangelho de Pilatos ou o Evangelho de Nicodemos.

E foi a Igreja Católica que decidiu quais livros foram inspirados divinamente e quais não foram. Foi a Igreja Católica que juntou o Novo Testamento, agregou-o ao Velho Testamento, e entregou a Bíblia ao mundo. Foi a Igreja Católica que produziu a Bíblia, não foi a Bíblia que produziu a Igreja.

Portanto, como disse, o princípio Protestante de “Somente a Bíblia” não tem base na história. A religião Católica é a única religião que pode responder à pergunta “Quem disse isso?” – ou seja “quem disse que a Bíblia é a palavra escrita de Deus?”

E apareceu Gutenberg!

Mas o problema não pára aí. Pois se é necessário que eu leia a Bíblia para ser salvo, se a fé vem somente ao lermos a Bíblia, então a fé só vem pela intervenção da palavra impressa, que só foi inventada em meados do século 15 por Johannes Gutenberg.

Antes disso, todos os livros eram copiados manualmente. Era uma tarefa laboriosa, demorada e dispendiosa. Não era possível dar uma cópia da Bíblia a cada Católico, nem mesmo a cada família Católica.

Somente tivemos Bíblias distribuídas amplamente há pouco mais de 400 anos. Então o que acontecia com os milhões de Cristãos que viveram antes disso, que viveram toda a sua vida sem nunca terem visto uma Bíblia ou um texto impresso do Novo Testamento?

Então, a teoria de “Somente a Bíblia” – ou seja, de que seguindo só a Bíblia como caminho da salvação – pressupõe que a Bíblia deveria ter estado disponível a todos os homens desde a fundação do Cristianismo. Bem, já vimos que esse não foi o caso. Vimos que os livros do Novo Testamento foram escritos 65 anos após Nosso Senhor ter deixado a terra. E vimos que o Mundo Cristão não teve uma Bíblia completa e compilada antes de 397 DC; e que nem estavam disponíveis para distribuição em massa até meados do século 15. Portanto, o princípio “Somente a Bíblia” não tem base na história.

Conflitos com a Razão

Finalmente, o princípio de Somente a Bíblia é contrário à razão. Pois se você me der um livro e me falar que tudo o que é escrito nesse livro é a Palavra de Deus, e que devo lê-lo e acreditar Somente na Bíblia para a salvação, a primeira coisa que vou dizer-lhe é “Ótimo, então deixe-me em paz. Me dê essa Bíblia e eu decido qual é o verdadeiro sentido das Escrituras”.

Esse é essencialmente o sistema Protestante. Se você for a uma congregação Luterana, você estará vendo só a interpretação particular de Martinho Lutero sobre a Bíblia.

E se for a uma congregação Metodista, você estará vendo a interpretação particular da Bíblia por um indivíduo chamado John Wesley.

E se for a uma congregação Presbiteriana, você verá só a interpretação particular de John Knox, o fundador desse grupo.

E se você for membro de uma denominação Protestante, não há razão para que se levante e diga ao pregador; ”Irmão, eu acredito que não fales a verdade. Sua interpretação está errada! Eu encontrei o significado correto”.

E se você for muito zeloso e eloquente suficiente, e determinado, você poderá começar a pregar, e você poderá começar sua própria congregação Protestante – pois foi assim que todas elas começaram.

E percebemos que isso é consequencia da interpretação particular da Bíblia. Pois, de acordo com o sistema Protestante – que todo homem que lê a Bíblia e chega a sua própria interpretação – a conclusão lógica disso é que poderiam haver tantas religiões Protestantes tanto quanto forem os indivíduos. Para eles não há uma igreja estabelecida por Cristo para ensinar em Seu nome! Não existe uma autoridade estabelecida por Deus para dizer-me que talvez eu tenha cometido um erro!

Esta é uma das razões pelas quais eu nunca poderia ter sido um Protestante. Vejo que o princípio de “Somente a Bíblia” é contrário ao das Escrituras, não tem base histórica e é contrário à razão: pois termina em milhares de interpretações conflitantes das Escrituras, e é contrário ao que Nosso Senhor estabeleceu para o que seria Sua Igreja.

A Bíblia Me Tornou Católico!

Um dos muitos Protestantes que finalmente descobriram esta verdade foi um homem chamado Paul Whitcomb.

Paul Whitcomb era um ministro Protestante cujos intensos estudos das Sagradas Escrituras o fizeram aceitar a Igreja Católica como a única verdadeira Igreja edificada na Bíblia. Isso é explicado em um folheto já esgotado chamado A Bíblia me Tornou um Católico.

O Sr. Whitcomb estudou as Escrituras através do método “interpretação por correlação”.

O método funciona da seguinte maneira. Ele focava em determinada frase das Escrituras, como por exemplo “Filho de Deus”, e procurava nas Escrituras  cada vez que aquela frase era usada, a fim de encontrar a verdade Bíblica do significado daquela frase.

Quando usou esta interpretação por correlação para a palavra “Igreja”, foi levado a uma descoberta inesperada (resumida aqui em quatro pontos).

1) Sua primeira descoberta, disse, foi de que a “Igreja”  na Bíblia era definida como “um corpo” – e não somente um corpo humano, mas um Corpo Divino – o Corpo Místico do Próprio Cristo.

“Ele é também a Cabeça daquele corpo que é a Igreja”(Colossenses, 1:18)

“Ora, vocês são o corpo de Cristo e membros dele cada qual por sua parte” (Coríntios I, 12:27)

“Pois somos membros do seu corpo” (Efésios, 5:30)

2) O Sr. Whitcomb também descobriu que esta Igreja não era um corpo desmembrado, mas sim um corpo unificado.

“Haverá um só rebanho e um só pastor” (João, 10:16)

“Eu lhes dei a Glória que me destes, para que eles sejam um, assim como nós somos um” (João  17:22).

“Há um só corpo e um só espírito, como também uma só esperança... um só Senhor, uma só Fé, um só Batismo” (Efésios 4:4-5).

O Sr. Whitcomb percebeu claramente que este corpo – a Igreja – era constituído como único: único em membros, único em crença, único em adoração, e único em governança.

3) Então ele percebeu que esta Igreja deve ser uma Igreja de ensinamentos. E não apenas isso, mas uma Igreja de ensinamentos infalíveis:

“De Deus recebi todo o poder no céu e na terra. Portanto vão e façam de todos os povos discípulos meus, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar o que eu ordenei” (Mateus 28:18-20).

4) Percebeu que Nosso Senhor pedia a divina proteção para aquela autoridade que ensinava:

“Eu lhes disse estas coisas enquanto permaneço com vocês. Mas o Peráclito, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar-lhes em Meu nome, ele lhes ensinará todas as coisas e lhes recordará tudo o que eu lhes disse. Quando vier o Peráclito, que eu lhes enviarei da parte do Pai, ele dará testemunho de mim, porque desde o princípio estão comigo” (João 14:25-26 – 15:26-27)

Leu também em Timóteo 1 3:15

“Enquanto lhe escrevo isso …que você saiba como se comportar na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade”

“Após ler tudo isso, ele notou, “ Eu estava perturbado pela descoberta dessa verdade Bíblica ... pois [como Protestante] não era membro de uma Igreja que ensina, muito menos de uma Igreja que ensina a verdade infalível”.

Pois essa “igreja” nem existe no sistema Protestante.

O Sr. Whitcomb continua:

“A Igreja da qual eu era membro, como todas as outras igrejas Protestantes, ao contrário mantinha que a Bíblia é a única  distribuidora e garantia da verdade divinamente autorizada, que se alguém será salvo ele deverá aprender através da Bíblia o que deve fazer para ser salvo. De acordo com a crença Protestante, a única responsabilidade da Igreja é garantir aos “salvos”, aqueles que professam Cristo como Senhor e Salvador, um lugar onde possam se reunir na ‘comunhão da oração’”.

“Isso apesar do fato de que nos primeiros quatrocentos anos não havia uma bíblia Cristã publicada;

“Apesar do fato de que nos próximos mil anos até a invenção da imprensa escrita, havia pouquíssimas Bíblias;

“Isso apesar do fato de que aqueles que fizeram da Bíblia sua única regra de Fé inventaram centenas de regras de fé conflitantes;

“Isso apesar do fato de que a própria Bíblia afirma que muitos que a interpretam privadamente (II Pedro 3:16) a interpretarão erroneamente”.

Para encurtar a história, O Sr. Whitcomb explicou que a única “Igreja” que se encaixava na descrição de “Igreja” encontrada na Bíblia, era a Igreja Católica. (Ele também percebeu que a Bíblia não diz tudo, como João 21:25 nos diz “há muitas outras coisas que Jesus fez e que, se fossem escritas uma por uma, creio que nem o mundo inteiro poderia conter os livros que seriam escritos”)

Foi a Igreja Católica, segura em sua infalível autoridade outorgada por Nosso Senhor que nos deu a Bíblia, e é somente pela autoridade da Igreja Católica que sabemos com certeza que a Bíblia é a verdadeira palavra de Deus. Foi por isso que Santo Agostinho, no século quarto falou: “Eu não acreditaria nos Evangelhos, caso a autoridade da Igreja Católica não me movesse a fazê-lo”

Isso é somente um resumo desses tópicos. Não tive tempo de desenvolver para vocês as bases bíblicas de rezar para os anjos e santos, pela devoção de Nossa Mãe Bendita, e outros aspectos da doutrina Católica. Mas desejo reiterar que uma sólida contra – reforma apologética é mais importante do que nunca.

Não imitem os Protestantes!

Também acho necessário a fim de parar o fluxo de Católicos ao Protestantismo, é importante que , em nossos esforços, não imitemos o Protestantismo ou os maneirismos Protestantes, mas sim, imitemos os santos.

E o santo em particular que estou pensando é um Santo que passou um tempo na América Latina, Santo Antonio Maria Claret, ex Arcebispo de Santiago, Cuba, reconhecido por seus milagres e leitura de almas.

Quero contar-lhes uma pequena lição que ele deu a um padre, e ocorreu em Madrid, antes do santo ir a Cuba.

Um padre chamado Dom Hermenegildo, na Espanha, era conhecido por suas eloqüentes pregações, e um dia ele pregou um sermão brilhante e inflamado. Santo Antonio Maria Claret assitiu ao sermão.

Don Hermenegildo recebeu muitos elogios por seu sermão, mas o Arcebispo Claret não o cumprimentou, mas se retirou silenciosamente.

Esse fato perturbou muito Dom Hermenegildo, e na manhã seguinte visitou Santo Antonio Maria Claret.

Dom Hermenegildo disse ao Arcebispo Claret, “Perdoe-me, Vossa Excelência, por perturbá-lo com esta visita inoportuna. Gostaria de aliviar meu coração com o senhor. Não consegui dormir a noite toda. Diga-me Arcebispo, meu sermão de ontem não o agradou? Seu silêncio foi como um aviso e uma reprovação para mim!”

Antonio Maria Claret, com a caridade de um santo, queria consolá-lo e encorajá-lo, mas também queria dar-lhe um aviso importante.

O Santo respondeu, “Diga-me, Dom Hermenegildo, você nunca pregou sobre a salvação da alma ou sobre o terrível infortúnio dos condenados?

“Não, Vossa Excelência, nunca preguei sobre esses assuntos”.

“Já pregou sobre a morte, o julgamento, sobre o inferno, sobre a necessidade da conversão, de se evitar o pecado e fazer penitência?”

“Também nunca preguei diretamente sobre esses assuntos”

“Então meu amigo, vou lhe falar com toda sinceridade, como você pediu. Seu sermão não me agradou, e tampouco posso aprovar o procedimento daqueles que em seus sermões omitem essas grandes verdades do Cristianismo e só tocam nesses assuntos como obrigação mas não para salvar almas. Não acho tais sermões nem agradáveis e nem aprovados por Nosso Senhor, Jesus Cristo.”.

Dom Hermenegildo ouviu e permaneceu calado, mas logo a população de Madrid notou uma mudança radical em seu famoso pregador. Anteriormente as pessoas aplaudiam a eloqüência de Dom Hermenegildo, mas agora choravam em pio arrependimento durante seus sermões.

Quanto a Santo Antonio Maria Claret, ele foi a Cuba em 1850, onde permaneceu por somente seis anos. Em pouco tempo ele restaurou, material e espiritualmente, a abatida Arquidiocese de Santiago. Mais que dobrou o número de paróquias: restabeleceu o seminário diocesano, de onde nenhum padre havia sido ordenado em 30 anos; levantou a moral e o zelo do clero bem como seu salário; também ajudou a formação de várias comunidades religiosas, que antes haviam sido reprimidas ou proibidas por lei.

Tenho certeza que poderíamos aprender muito mais através do cuidadoso estudo de sua vida e aplicar à presente situação.

Para terminar, acredito que uma sólida apologética de contra reforma, fidelidade à Mensagem de Nossa Senhora de Fátima, e uma aplicação da piedade e zelo missionário dos santos – como Santo Antonio Maria Claret – terá grande efeito na evangelização das pessoas e no retorno da America Latina à Fé Católica.

Fonte: http://www.fatima.org/port/crusader/cr87/cr87pg58.asp

terça-feira, 9 de junho de 2009

INDULGÊNCIAS POR OCASIÃO DO ANO SACERDOTAL

PENITENCIARIA APOSTÓLICA
INDULGÊNCIAS POR OCASIÃO DO ANO SACERDOTAL
Como já foi anunciado, Bento XVI decidiu proclamar um especial Ano Sacerdotal por ocasião do 150º aniversário da morte do santo Cura d'Ars, João Maria Vianney, luminoso modelo de pastor, plenamente dedicado ao serviço do povo de Deus. Durante o Ano Sacerdotal, que terá início a 19 de Junho de 2009 e se concluirá a 19 de Junho de 2010, será concedido o dom de indulgências especiais, segundo o que
está descrito no seguinte Decreto da Penitenciaria Apostólica.


PAENITENTIARIA APOSTOLICA
URBIS ET ORBIS
D E C R E T O

Serão enriquecidos com o dom de Sagradas Indulgências, particulares exercícios de piedade, a realizar-se durante o Ano Sacerdotal proclamado em honra de São João Maria Vianney.
Aproxima-se o dia no qual se comemorarão os 150 anos do piedoso trânsito para o céu de São João Maria Vianney, Cura d'Ars, que aqui na terra foi um admirável modelo de verdadeiro Pastor ao serviço do rebanho de Cristo.
Dado que o seu exemplo é adequado a estimular os fiéis e,
principalmente, os sacerdotes a imitar as suas virtudes, o Sumo Pontífice Bento XVI estabeleceu que, para esta ocasião, de 19 de Junho de 2009 a 19 de Junho de 2010 seja celebrado em toda a Igreja um especial Ano Sacerdotal, durante o qual os sacerdotes se reforcem cada vez mais na fidelidade a Cristo com meditações piedosas, exercícios
sagrados e outras obras oportunas.
Este período sagrado terá início com a solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus, dia de santificação sacerdotal, quando o Sumo Pontífice celebrará as Vésperas na presença das sagradas relíquias de São João Maria Vianney, trazidas a Roma pelo Excelentíssimo Bispo de
Belley-Ars. O Beatíssimo Padre também concluirá o Ano Sacerdotal na Praça de São Pedro com os sacerdotes provenientes de todo o mundo, que renovarão a fidelidade a Cristo e o vínculo de fraternidade.
Os sacerdotes empenhem-se com orações e boas obras, em obter do Sumo e Eterno Sacerdote Cristo a graça de resplandecer com a Fé, a Esperança, a Caridade e outras virtudes, e mostrem com o comportamento de vida, mas também com o aspecto exterior, que estão a dedicar-se plenamente
ao bem espiritual do povo; o que, sobre todas as outras coisas, a Igreja teve sempre a peito.
Para alcançar do melhor modo a finalidade desejada, beneficiará muito o dom das Sagradas Indulgências, que a Penitenciaria Apostólica, com o presente Decreto emanado em conformidade com a vontade do Augusto Pontífice, benignamente concede durante o Ano Sacerdotal:


A. Aos sacerdotes verdadeiramente arrependidos, que em qualquer dia devotamente recitarem pelo menos as Laudes matutinas ou as Vésperas diante do Santíssimo Sacramento, exposto à pública adoração ou reposto no tabernáculo e, a exemplo de São João Maria Vianney, se oferecerem com ânimo pronto e generoso à celebração dos sacramentos, sobretudo da Confissão, concede-se misericordiosamente em Deus a Indulgência plenária, que poderá inclusive ser aplicada aos irmãos defuntos como sufrágio; se, em conformidade com as disposições vigentes, se aproximarem da confissão sacramental e do Convívio eucarístico, e rezarem segundo as intenções do Sumo Pontífice.
Além disso, aos sacerdotes concede-se a Indulgência parcial, também aplicável aos irmãos defuntos, cada vez que recitarem devotamente orações devidamente aprovadas a fim de que conduzam uma vida santa e cumpram santamente os ofícios que lhes forem confiados.

B. A todos os fiéis verdadeiramente arrependidos que, na igreja ou no oratório, assistirem devotamente ao divino Sacrifício da Missa e oferecerem, pelos sacerdotes da Igreja, orações a Jesus Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote, e qualquer obra boa realizada naquele dia, a fim de os santificar e plasmar segundo o Seu coração, concede-se a
Indulgência plenária, contanto que tenham expiado os próprios pecados com a penitência sacramental e elevado orações segundo as intenções do Sumo Pontífice: nos dias em que se abre e se encerra o Ano Sacerdotal,no dia do 150º aniversário do trânsito piedoso de São João Maria Vianney, na primeira quinta-feira do mês ou em qualquer outro dia
estabelecido pelos Ordinários dos lugares, para a utilidade dos fiéis.
Será muito oportuno que, nas igrejas catedrais e paroquiais, sejam os próprios sacerdotes prepostos ao cuidado pastoral a dirigir publicamente estes exercícios de piedade, a celebrar a Santa Missa e confessar os fiéis.
Aos idosos, doentes e a todos os que por motivos legítimos não puderem sair de casa, com o ânimo desapegado de qualquer pecado e com a intenção de cumprir, assim que possível, as três condições de costume,na própria casa ou onde estiverem a viver, concede-se de igual modo a Indulgência plenária se, nos dias acima determinados, recitarem orações pela santificação dos sacerdotes e oferecerem a Deus com confiança as doenças e as dificuldades da sua vida, por intermédio de Maria, Rainha dos Apóstolos.
Enfim, concede-se a Indulgência parcial a todos os fiéis todas as vezes que recitarem devotamente cinco Pai-Nossos, Ave-Marias e Glórias, ou outra oração devidamente aprovada, em honra do Sacratíssimo Coração de Jesus, a fim de obter que os sacerdotes se conservem em pureza e santidade de vida.

O presente Decreto é válido por toda a duração do Ano Sacerdotal. Não obstante qualquer disposição contrária.
Dado em Roma, na sede da Penitenciaria Apostólica, a 25 de Abril,festa de São Marcos Evangelista, do ano da Encarnação do Senhor de 2009.


James Francis Card. Stafford Penitenciário- Mor
GianfrancoGirotti, O.F.M.,Conv. Bispo Titular de Meta,



Regente

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A cruz de Cristo, nossa salvação


Padre Elílio de Faria Matos Júnior

Hoje é Sexta-feira Santa, dia em que a Santa Igreja comemora (commemorat) a paixão e morte de Nosso Senhor. A meditação piedosa desse evento ao mesmo tempo doloroso e salvador é de grande proveito para o progresso da vida espiritual.

Santo Tomás ensina que na imagem do Crucificado está presente, como num compêndio, todo um programa de vida espiritual: “Quem quiser viver perfeitamente não deve fazer outra coisa senão desprezar o que Cristo desprezou na cruz, e desejar o que nela Ele desejou. Nenhum exemplo de virtude está ausente da cruz” (In Symbolum Apostolorum expositio, art. 4). De fato, na cruz de Cristo vemos a caridade suprema, a paciência confiante, a obediência resoluta... Virtudes essas pelas quais Cristo cancela o pecado do homem, que consiste exatamente no movimento inverso à caridade, à paciência, à obediência...

Sim; na cruz Cristo não apenas nos deu um grande exemplo de virtude, mas também cancelou o pecado do homem, de modo que este pudesse ver-se justificado pela graça que vem de Cristo mediante a fé. A obediência de Cristo desfez o nó da desobediência de Adão e “assim, o homem, pela justiça de Cristo, foi libertado” (Santo Tomás, Summa theologiae, III, q. 46, a. 1).

Embora Deus pudesse ter-se valido de outros meios para nos justificar, ou mesmo pudesse simplesmente ter-nos concedido o perdão sem mais, quis, no entanto, que fôssemos libertados do pecado mediante a cruz de Cristo. Não que Deus tenha organizado a paixão e a morte do Filho induzindo os homens a entregá-lo para ser crucificado, mas no sentido de que, tendo sido realizadas contra Deus as ações que levaram o Inocente ao patíbulo, por intermédio de sua “permissão”, tais ações foram subordinadas por Deus à salvação dos homens, contra todas as intenções de seus autores.

A nossa justificação pela cruz mostra-se conveniente de diversos modos. Além do exemplo que Cristo nos Deus na cruz, incitando-nos a desprezar o pecado e a amar a virtude, o evento do Calvário soube unir de modo admirável a justiça e a misericórdia divinas no esplendor do amor. O Papa Bento XVI fala de um “virar-se de Deus contra si mesmo, com o qual ele se entrega para levantar o homem e salvá-lo" (Encíclica Deus caritas est, 12). Esta curiosa expressão do Papa - virar-se de Deus contra si mesmo - quer significar que tanto a justiça quanto a misericórdia de Deus foram harmonizadas de modo admirável na cruz. Pela justiça, o homem devia satifazer a Deus por causa do pecado. Mas pela misericórdia, convinha que Deus o perdoasse. Aconteceu, pois, que foi o próprio Deus que realizou essa satisfação pelo homem, para o homem e como homem, em Jesus Cristo, já que o homem sozinho não teria força para realizá-la. Deus como que se virou contra si mesmo.

E, assim, a justiça de Deus não foi negligenciada, e sua misericórdia se mostrou de forma extraordinária. Desse modo, pela cruz, o amor de Deus pelo homem se manifestou com muito mais evidência e poder do que se teria manifestado se Deus simplesmente lhe tivesse perdoado sem mais (cf. Santo Tomás, Summa theologiae, III, q. 46, a. 1, ad tertium).

domingo, 29 de março de 2009

Carta Aberta ao Santo Padre Bento XVI

Beatíssimo Padre.



Prostrado aos pés de Vossa Santidade, venho, respeitosamente, por meio desta, manifestar-lhe minha fidelidade incondicional na qualidade de sacerdote católico incardinado na Diocese de Anápolis.

Tenho acompanhado com tristeza e indignação todos os ataques dirigidos contra Vossa Santidade, verdadeiros atos de rebeldia, por parte de pessoas que perderam a fé católica ou se deixaram enredar por falsas doutrinas e, assim, são incapazes de avaliar com justeza as medidas prudentes e zelosas de Vossa Santidade com o intuito de promover o bem da Igreja e preservar a integridade da fé católica.

Desejaria dizer a Vossa Santidade que lhe sou particularmente grato pelo motu proprio Summorum Pontificum e pelo decreto de revogação das excomunhões declaradas em 1988 contra Mons. Marcel Lefèbvre, D. Antonio de Castro Mayer e os 4 bispos então consagrados.

Com a liberdade de um filho que confia em seu pai, devo dizer a Vossa Santidade que, tendo nascido em 1962 em uma diocese do interior do Estado São Paulo, assisti à degradação da vida espiritual católica promovida pela teologia da libertação e em nome do Concílio Vaticano II: igrejas destruídas e profanadas, a liturgia completamente dessacralizada, a educação católica, garantia da transmissão dos valores perenes, abolida com o fechamento de antigos colégios, porque se dizia serem apenas instituições a serviço da burguesia e contra as classes oprimidas. Um número incalculável de publicações (cartilhas, panfletos, folhetinhos de missa) espalhou todos esses anos entre os católicos a grosseria, a imoralidade e a heresia, de modo que se gerou um ambiente insuportável. É inútil e impossível mencionar todas as calamidades que se abateram sobre os católicos, e Vossa Santidade tem pleno conhecimento da realidade.

Digo isto apenas para confessar a Vossa Santidade que, se eu e minha família preservamos a fé católica, foi graças ao combate travado por sua S. Exa. Revma. Mons. Lefèbvre. Com efeito, verificamos que ele tinha razão em convocar os católicos para lutar contra tantos desmandos e abusos.

Em 1988, quando foi assinado um protocolo de “acordo” entre a Fraternidade Sacerdotal São Pio X e a Santa Sé, no qual se previa a conveniência de que fosse sagrado um bispo eleito entre os padres da Fraternidade e, como não se superasse o obstáculo da fixação de uma data para tal sagração, pareceu-nos que Mons. Lefèbvre tinha o direito de proceder ao rito sagrado.

Decorridos tantos anos, estou convencido de que o venerável bispo agiu bem. Os frutos de sua obra são bênçãos e graças para toda a Igreja. Não tivesse ele agido com prudência e fortaleza então, certamente não existiria a Fraternidade Sacerdotal São Pedro e muitos outros institutos ligados a Ecclesia Dei Adflicta. Eu mesmo não teria sido ordenado presbítero no rito tradicional em 1996 pelo cardeal Stickler em atenção às letras dimissórias de meu antigo bispo D. Manoel Pestana Filho. E, certamente, o “progressismo católico” teria avançado muito mais como força devastadora da Vinha do Senhor.

Por isso, expresso hoje minha gratidão a Vossa Santidade e reverencio a memória dos dois bispos que ajudaram tantos católicos a conservar a fé em tempos tão atribulados.

Gostaria ainda de dizer a Vossa Santidade que são numerosíssimos os padres que o apóiam por ter, por exemplo, ordenado a correção da tradução da forma da consagração do cálice na Santa Missa e não se conformam com o descaso da hierarquia em cumprir a ordem emanada de Roma. O zelo de Vossa Santidade pelo decoro da sagrada liturgia nos conforta. Há muitos padres que desejariam seguir o exemplo de Vossa Santidade em suas paróquias, mas temem represálias da parte dos seus ordinários.

Igualmente, quero assegurar a Vossa Santidade que foi enorme a satisfação dos verdadeiros católicos com a atitude digna do arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho OC, por ter recordado que os católicos que cooperaram com a prática do aborto naquela cidade incorreram em excomunhão latae sententiae. São gestos como este que confirmam os católicos em sua fé. Foi, por outro lado, vergonhoso e lamentável ver outros bispos censurarem a atitude coerente do arcebispo D. José Cardoso Sobrinho.

Seja-me permito, finalmente, rogar a Vossa Santidade uma providência especial para proteger o Brasil, o maior país católico do mundo, de uma gravíssima ameaça que paira sobre a Terra de Santa Cruz. Vivemos há quase oito anos sob um governo socialista que tem adotado uma política anticristã na área do direito da família e da vida. O atual governo tem o propósito de introduzir a legalização geral do aborto e da união civil homossexual. Tudo isto está previsto no programa político do Partido dos Trabalhadores, partido do governo. A candidata do governo à presidência da República no próximo ano já fez declarações neste sentido. Apesar da absoluta incompatibilidade de suas propostas políticas, a referida senhora tem exercido nas concentrações carismáticas o ministério de leitora nas missas, em franca campanha política. Com efeito, isto nos desconcerta.

Quando se trata de assuntos de grande relevância moral e para a salvação das almas, não se observa da parte da hierarquia tanto empenho para não dizer que há dolorosa omissão ou cumplicidade. Atitude como a de D. Cardoso é uma gota de água pura no mar morto. Mas quando se trata de assuntos técnicos ou sócio-economicos observa-se uma indiscreta ingerência, que só redunda em descrédito da Igreja. Permito-me recordar a Vossa Santidade o episódio da transposição do rio São Francisco ou mais recentemente a absurda demarcação de território indígena em região rica em minérios (uma ameaça à soberania nacional), com apoio do Conselho Indigenista Missionário, órgão ligado à CNBB.

De maneira que, diante da gravidade da situação atual do Brasil, rogo a Vossa Santidade que, assim como Pio XII (cuja memória Vossa Santidade tem reverenciado) salvou a Itália do perigo comunista arregimentando os católicos, assim também agora ajude a salvar o Brasil da perpetuação de uma tirania socialista e anticristã, que se instaurou entre nós com os préstimos da “esquerda católica”

Rogo a bênção de Vossa Santidade sobre minha pessoa e sobre todos fiéis da Capela Santa Maria das Vitórias em Anápolis, consagrada por Dom Pestana em dezembro do ano passado. Asseguro a Vossa Santidade nossas fervorosas orações ao Imaculado Coração de Maria para que Nossa Senhora o proteja da maldade dos seus inimigos.



Anápolis, 27 de março de 2009

Festa de São João Damasceno

Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa

domingo, 22 de março de 2009

Idade das Trevas?

De : José Carlos
bairro: Serra


Padre Cândido, é com muito pesar que venho por meio desta fazer uma reclamação e até mesmo um desabafo.
Fico triste em ver padres e até mesmo bispos serem os primeiros a criticarem o glorioso passado da verdadeira Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo. Leigos e inimigos declarados da Igreja Católica é até perdoável e compreensível, mas membros da hierarquia fazendo o mesmo?
Um exemplo é o senhor mesmo, com ar de deboche e tom de desprezo ao se referir à Igreja medieval.
Qual o problema com a idade média? Será porque durante 1000 anos a Igreja salvou a Europa do paganismo e da barbárie na qual ela está novamente mergulhada? Será porque ela construiu as lindas catedrais e não as horrorosas do Oscar Niemeyer? Ou construiu asilos, hospitais, escolas e universidades como as de Bolonha, Oxford, Salamanca, Sorbone, La Sapienza, Cambridge, etc? Só para se ter uma idéia, do ano de 1100 até 1500 foram fundadas pela igreja 75 universidades. Isto sem falar nas centenas de santos canonizados que viveram durante a idade média e que, além disto, eram considerados gênios, tais como S. Tomás de Aquino, São Boaventura, Santo Anselmo, Santo Alberto Magno, Sto. Agostinho. O que existe hoje nas escolas ditas católicas, como por ex. as PUCs, as quais deveriam ser chamadas Pontifícias Universidades Comunistas, onde os alunos, quando não saem de lá socialistas, ficam menos católicos do que quando entraram?
Talvez o senhor esteja criticando a Igreja Católica na idade média pelas cruzadas e pela Santa Inquisição, mas se não fossem elas o mundo já teria caído ou nas garras dos muçumanos, dos protestantes ou dos pagãos. O senhor viaja à Europa todo ano, e pode nos contar melhor do que eu a situação da Europa atual. A Inquisição era violenta? Mais do que a inquisição protestante, a qual não dava direito de defesa ao acusado? E as dezenas de decapitações diárias durante a fase do grande terror da revolução francesa? E os genocidios do nazismo e do comunismo, por cuja causa, por ex., só na Ucrânia foram mortos de 6 a 9 milhões de fome e na Rússia Stalin massacrou mais de 50 milhões?
Por amor a Cristo e a sua Igreja, por favor, padre Cândido, pare de considerar a idade média como a idade das trevas, pare de criticar um verdadeiro Bispo como Dom José Sobrinho e ficar apoiando médicos assassinos que de uma forma ou de outra estão ligados ideologicamente ao socialista PT, e este por sua vez na área da saúde é financiado pela ONU abortista.
Largue o LIBERALISMO aprendido nos seminários MODERNISTAS. Pois, como dizia o grande Papa São Pio X, os inimigos não se encontram mais fora da Igreja e sim dentro dela, e o modernismo é a sintese de todas as heresias.

P.S: O senhor pode até ser elogiado pela maioria, mas um católico assim como Jesus Cristo nunca será unanimidade; sempre será criticado e perseguido pelo mundo. Assim a história do cristianismo nos mostra, e esta perseguição, querendo ou não, é um ponto de referência para sabermos se o discípulo anda nas pegadas do mestre, pois este sempre foi perseguido, caluniado e criticado. Siga também o exemplo de Bento XVI, que, assim como Jesus e o Bispo nordestino, está sendo massacrado pela mídia maçônica.

quinta-feira, 12 de março de 2009

A Folha de São Paulo e a carta de Bento XVI

Manchete de capa:
"Papa diz que falhou ao reverter excomunhão de bispos radicais"

A manchete da reportagem propriamente dita já baixa o tom e diz
"Papa reconhece falhas na reversão de excomunhão de bispos radicais"

A diferença entre "falhou ao reverter" e "falhas na reversão" é evidente para qualquer um que saiba português. Mas é lógico que a Folha não faz isto inocentemente, por acidente. O intuito da Folha em sua manchete de capa foi evidentemente de dar a entender ao leitor desavisado que o Papa reconhece que a reversão das excomunhões foi um erro. Quem confia nesse jornal está fadado a ser constantemente enganado por esse tipo de manipulação semântica, sobretudo nas manchetes.

Na reportagem propriamente dita, assinada como "Da EFE, na Cidade do Vaticano", o teor real da carta de Bento XVI é descrito, mas ainda com algumas pérolas. Após adjetivos carinhosos como "bispos ultraconservadores" e "arcebispo cismático Lefebvre", vemos o trecho

"O papa diz que a sociedade (S. Pio X) só será reintegrada à igreja se aceitar as decisões do Concílio Vaticano 2o, que nos anos 60 aboliu adotou (sic) reformas como a abolição da missa em latim e uma posição mais aberta em relação ao ecumenismo." (grifo meu)

Que interessante saber que:

- A missa em latim foi abolida.
- Que a FSSPX terá que abolir a missa em latim para ser reintegrada à Igreja.
- O Motu Proprio provavelmente deve ignorar que missa em latim está abolida. Avisem ao Papa.

Agora, sem ironia, eu ainda me pergunto se a redação da Folha tem especialistas em desinformação para fazer este tipo de serviço ou se já atingiram o nível de fazê-lo automaticamente.

Salve Maria e fiquem com Deus

-David

quarta-feira, 11 de março de 2009

O Papa Bento XVI se Defende


De Rorate-Caeli

Tradução de Frates in Unum

Uma carta do Papa Bento XVI a todos os Bispos do mundo sobre o levantamento das excomunhões dos Bispos da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X (FSSPX/SSPX) e sobre todos os aspectos envolvendo os problemas subsequentes relacionados ao Bispo Richard Williamson será publicada amanhã (quinta-feira). Várias fontes de notícias Italianas fornecem alguns excertos da carta esta manhã, e forneceremos uma tradução o mais rápido possível.

Excertos (Atualizado):

A carta anunciará que a Comissão Pontifícia “Ecclesia Dei” será colocada sob a autoridade da Congregação para a Doutrina da Fé (embora, por este momento, não seja claro se apenas em matérias doutrinais). O Papa deixa claro aos Tradicionalistas que não é possível “congelar” a autoridade Magisterial da Igreja em 1962 — mas ele também reprovará aqueles que se proclamam a si mesmos como “grandes defensores do Concílio” mas não querem compreender que o Vaticano II continua com a “história doutrinal inteira da Igreja”.

O Papa é franco com aqueles que proclamam o ecumenismo, mas não querem seguir através dele com a Fraternidade: “Podemos nós lançar à absoluta indiferença uma comunidade na qual existem 491 padres, 215 seminaristas,… 117 irmãos, 164 irmãs, e milhares de fiéis? Devemos nós verdadeiramente deixá-los se dispersarem da Igreja? Nos é permitido simplesmente excluí-los, como representantes de um grupo radical e marginal, da busca pela unidade e reconciliação?”

...

“Um contratempo imprevisível para mim foi o fato de que o caso Williamson foi colocado acima da remissão das excomunhões. O discreto gesto de misericórdia em direção dos quatro bispos, ordenados válida mas ilicitamente, apareceu inesperadamente como uma matéria completamente diferente: como uma negação da reconciliação de Cristãos e Judeus, e então como uma revogação daquilo que o Concílio esclareceu como o caminho da Igreja a respeito desta matéria”.

“Estou entristecido pelo fato de que mesmo os Católicos, que no final deveriam saber melhor como as coisas se colocam, consideraram ter de me atingir com uma hostilidade pronta para o ataque. Por isso, eu agradeço ainda mais os amigos Judeus que me ajudaram a prontamente remover o mal entendimento e reestabelecer uma atmosfera de amizade e confiança”.

Algumas das palavras conclusivas são fortes: “A impressão é comumente dada de que nossa sociedade sente a necessidade de ao menos um grupo ao qual nenhuma tolerância é concedida; que se possa perfeitamente abusar com ódio. E se alguém ousa aproximar-se deles, ele também perde seu direito à tolerância e também pode ser tratado com ódio, sem medo ou reservas”.

O Papa lamenta, em seguida, o fato de que o mesmo levantamento da excomunhão, “o alcance e os limites da medida”, não foram “elucidados de modo suficientemente claro no momento da sua publicação”. E precisa que a excomunhão afeta pessoas, não instituições: a revogação é um ato disciplinar, que permanece bem distinto do âmbito doutrinal: “O fato de que a Fraternidade São Pio X não possui uma posição canônica na Igreja não se baseia em última instância sobre razões disciplinares, mas doutrinais” e seus ministros, mesmo que ” tenham sido liberados da punição eclesiástica, não exercem de modo legítimo qualquer ministério na Igreja”.

Continuando sobre este tema, o Papa anuncia a intenção de unir a comissão Ecclesia Dei, que lida com os lefebvrianos, à Congregação para a Doutrina da Fé. E falando do propósito disse: “Não se pode congelar a autoridade magisterial da Igreja no ano de 1962 - isso deve ser bem claro para a Fraternidade. Mas alguns daqueles que se mostram como defensores do Concílio também devem ser recordar à memória que o Vaticano II traz consigo toda a história da doutrina da Igreja. Quem quer ser obediente ao Concílio deve aceitar a fé professada no decurso dos séculos e não pode cortar as raízes das quais a árvore vive”.

Bento XVI - e é a parte mais comovente da carta - em seguida responde à pergunta crítica que muitos lhe reviraram nestas semanas: o levantamento da excomunhão era necessário? Era realmente uma prioridade? O Papa respondeu que a sua prioridade como pastor universal “é tornar Deus presente neste mundo e de abrir aos homens o acesso a Deus. Não a um deus qualquer, mas àquele Deus que falou no Sinai; àquele Deus cujo rosto reconhecemos …em Jesus crucificado e ressuscitado”. No momento em que Deus desaparece do horizonte dos homens, é necessário “ter ao coração a unidade dos crentes”, porque a sua discórdia e confronto “põe em dúvida a credibilidade do seu falar sobre Deus”. Mesmo “reconciliações pequenas e médias” fazem, portanto, parte da prioridade para a Igreja. O “calmo gesto de uma mão estendida”, em vez, deu origem a um grande barulho, transformando-se assim “no contrário de uma reconciliação.”

[...] Bento XVI não esconde que da Fraternidade por um longo tempo chegaram “muitas coisas conflituosas - soberba, arrogância, unilateralismo, etc. Por amor à verdade devo acrescentar que também recebi uma série de depoimentos comoventes de gratidão, nos quais ficavam perceptíveis uma abertura do coração”.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

APOIO AO PAPA BENTO XVI


http://www.soutienabenoitxvi.org/index.php?lang=pt

No dia 21 de janeiro de 2009, vossa Santidade decidiu por fim à excomunhão que pesava sobre os bispos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Por este gesto corajoso, V.S. agiu como Pastor do rebanho que vos foi confiado por Deus. V.S. reconheceu a catolicidade de uma obra da Igreja.

Homens e mulheres engajados na vida de nossas cidades, pais e mães de família ou solteiros, depois de tempos agitados onde a Barca parece invadida pela água por todos os lados, nós desejamos com Vossa Santidade levantar a Igreja de amanhã sobre a Tradição. Este projeto passa necessariamente pela transmissão da Fé às gerações futuras pelo amor à liturgia católica e pela defesa da vida humana.

Por meio desta carta, nós desejamos antes de tudo de expressar-vos nossa viva gratidão. Se este gesto histórico pode vos atrair a desaprovação de alguns setores da imprensa hostil que recorrem a amalgamas, ele suscita em nós uma alegria imensa e nos enche de esperança. Nós rezamos por vossa intenção, seguindo o pedido que VS formulou no início de vosso pontificado: “Rezai por mim, para que eu não fuja, por medo, diante dos lobos[1]

Nós queremos, pondo nossa assinatura nesta carta, informar-vos de nossa idade e do número de nossos filhos para expressar que convosco, nós queremos construir a Cristandade para as gerações que virão, e que será, nós o esperamos de todo coração, livre de todo complexo e proclamará diante de todo o mundo o Credo.

É, pois num espírito de respeito filial que nós apresentamos nosso apoio e nossas orações quotidianas pelo vosso pontificado para a Igreja de Deus saia favorecida.

sábado, 24 de janeiro de 2009

DEO GRATIAS: Papa anula excomunhão de bispos ordenados por D. Lefebvre

Publicamos com grande alegria o Decreto da Congregação pelos Bispos em que é levantado a censura de excomunhão latae sententiae ao qual estavam submetidos os bispos ordenados por Dom Lefèbvre desde 1988.

COMUNICADO DA SALA DE IMPRENSA DA SANTA SÉ

O Santo Padre, depois de um processo de diálogo entre a Sé Apostólica e a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, representada pelo seu Superior Geral, Sua Eminência Dom Bernard Fellay, acolheu o pedido novamente formulado pelo prelado, com a carta de 15 de dezembro de 2008, em nome dos outros três Bispos da Fraternidade, Dom Bernard Tissier de Mallerais, Dom Richard Williamson e Dom Alfonso de Galarreta, de levantar a excomunhão em havia sido colocados vinte anos atrás.

Devido, com efeito, às consagrações episcopais feitas em 30 de junho de 1988 por Dom Marcel Lefrebvre, sem mandato pontifício, os quatro prelados haviam incorrrido em excomunhão latae sententiae, formalmente declarada pela Congregação pelos Bispos na data de 1 de julho de 1988.

Dom Bernard Fellay, na carta citada, manifestava claramente ao Santo Padre que: "estamos sempre firmemente determinados na vontade de permanecer católicos e de colocar todas nossas forças ao serviço da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Igreja Católica romana. Nós aceitamos seus ensinamentos com alegria filial. Nós acreditamos firmemente no Primado de Pedro e em suas prerrogativas e por isso nos faz sofrer tanto a atual situação".

Sua Santidade Bento XVI, que seguiu desde o início este processo, procurou sempre recompor a fratura com a Fraternidade, encontrando mesmo pessoalmente S.Excia.Dom Bernard Fellay, em 29 de agosto de 2005. Naquela ocasião, o Sumo Pontífice manifestou a vontade de proceder gradualmente e em tempo razoável em tal caminho, e agora, benignamente, com solicitude pastoral e paterna misericórdia, mediante Decreto da Congregação para os Bispos de 21 de janeiro de 2009, retira a excomunhão que pesava sobre os mencionados Prelados. O Santo Padre foi inspirado nessa decisão pela esperança de que se chegue o mais prontamente à completa reconciliação e à plena comunhão

[00146-01.02] [Texto original: Italiano, tradução Montfort]

DECRETO DA CONGREGAÇÃO PELOS BISPOS

Por meio da carta do dia 15 de dezembro de 2008, dirigida à Sua Eminência, Cardeal Dario Castrillón Hoyos, o presidente da Comissão Pontifical Ecclesia Dei, Dom Bernard Fellay em nome próprio e em nome dos outros três bispos sagrados no dia 30 de junho de 1988, solicitava novamente o levantamento da excomunhão latae sententiae formalmente declarada pelo Decreto do Prefeito desta mesma Congregação para os Bispos na data de 1 de julho de 1988. Na carta anteriormente mencionada, Dom Fellay afirmava, entre outras coisas: "Nós estamos também aferrados à vontade de permanecer católicos e de pôr todas as nossas forças a serviço da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Igreja Católica Apostólica Romana. Nós aceitamos seus ensinamentos filialmente. Nós cremos firmemente no Primado de Pedro e nas suas prerrogativas e é por isso que a situação atual nos faz sofrer tanto”.
Sua Santidade Bento XVI – paternalmente sensível ao mal estar espiritual manifestado pelos interessados por causa da sanção de excomunhão e confiando no compromisso expressado por eles na carta citada de não poupar nenhum esforço para aprofundar nas necessárias conversações com as Autoridades da Santa Sé sobre as questões ainda abertas, e de poder deste modo chegar rapidamente à uma plena e satisfatória solução do problema posto na origem – decidiu reconsiderar a situação canônica dos Bispos Bernard Fellay, Bernard Tissier de Mallerais, Richard Williamson e Alfonso de Galarreta relativa à sua sagração episcopal.
Este ato expressa o desejo de consolidar as relações recíprocas de confiança, de intensificar e de tornar estáveis as relações da Fraternidade São Pio X com a Sé Apostólica. Este dom de paz, no fim das celebrações do Natal, quer ser também um sinal para promover a unidade na caridade da Igreja Universal e, deste modo, retirar o escândalo da divisão.
Desejando que este passo seja seguido sem demora da pela comunhão com a Igreja de toda a Fraternidade São Pio X, em testemunho de uma verdadeira fidelidade e de um verdadeiro reconhecimento do Magistério e da autoridade do Papa pela prova de uma unidade visível.
Conforme as faculdades que me foram expressamente concedidas pelo Santo Padre o Papa Bento XVI, em virtude do presente Decreto, eu levanto aos Bispos Bernard Fellay, Bernard Tissier de Mallerais, Richard Williamson e Alfonso de Galarreta a censura de excomunhão latae sententiae declarada por esta Congregação no dia 1 de julho de 1988, do mesmo modo que declaro sem efeitos jurídicos, a partir de hoje, o Decreto publicado naquela época.
Roma, da Congregação para os Bispos, dia 21 de janeiro de 2009

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Card. Giovanni Battista Re

Prefeito da Congregação pelos Bispos

[00145-01.02] [Texto original: Italiano, traduçao DICI http://www.dici.org ]

[Fonte: site do Vaticano em http://212.77.1.245/news_services/bulletin/news/23251.php?index=23251&lang=it ]


Para citar este texto:

"DEO GRATIAS: Papa anula excomunhão de bispos ordenados por D. Lefebvre"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=papa&artigo=papa-anula-excomunhao-lefebvristas&lang=bra
Online, 24/01/2009 às 17:05h

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Imprensa brasileira notícia anulação das excomunhões

Nota: A imprensa como é de costume manifesta sua ignorância. Dom Lefebvre e Dom Mayer, não tinham intenção de criar outra e Igreja, muito menos eram cismáticos, como notícia estas e outros veículos de comunicação. Também não se trata de um pedido de anulação, mas do reconhecimento da nulidade das excomunhões.

Papa anula excomunhão de bispos ultraconservadores de Lefebvre

France Press


ROMA - O Papa Bento XVI decidiu anular a excomunhão decretada em 1988 por João Paulo II contra os bispos ultraconservadores do movimento católico fundado pelo arcebispo francês Marcel Lefebvre, informa o jornal italiano Il Giornale.

O decreto já teria sido assinado pelo Sumo Pontífice, de acordo com o jornal. O texto suprime a excomunhão para os quatro bispos ordenados pelo monsenhor Lefebvre, entre eles seu sucessor Bernard Fellay.

A decisão pontifícia deve ser divulgada no fim de semana, afirma Andrea Tornielli, vaticanista do jornal e geralmente bem informado sobre os assuntos internos do Vaticano.

Anular a excomunhão constitui um passo importante para a reconciliação com o movimento tradicionalista e dogmático, que tem 460 padres espalhados por quase 50 países e tem sua maior comunidade na América Latina, em particular na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e República Dominicana.

Desde o início de seu pontificado em 2005, Bento XVI fez vários gestos de abertura em direção ao movimento católico fundado pelo arcebispo francês, entre eles a introdução em julho de 2007 da missa em latim, uma exigência dos 'lefebvristas'.

Em junho do ano passado, o Vaticano abriu mão de exigir dos adeptos de Lefebvre, reunidos na Fraternidade de São Pio X, fundada em 1969 em Econe (Suíça) pelo monsenhor Lefebvre, o reconhecimento das disposições do Concílio Vaticano II, celebrado entre 1962 e 1965 e que modernizou a Igreja.

A ordenação de quatro bispos por parte do próprio Lefebvre (falecido em 25 de março de 1991), desobedecendo e questionando a autoridade do Papa, está entre as razões que o levaram a criar outra Igreja, com o cisma (separação) da Igreja oficial em 1988, o primeiro desde 1870.

http://www.correiobraziliense.com.br/html/sessao_4/2009/01/22/noticia_interna,id_sessao=4&id_noticia=69185/noticia_interna.shtml

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Missa tradicional este sábado!

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Prezados, Salve Maria!

No 2º final de semana do mês de dezembro, mais especificamente no dia 13/12/08 – sábado - , teremos a nossa Missa na Capela do Colégio Arnaldo. A Capela é muito grande e bonita, com altar de Missa tradicional (também chamada de Missa Gregoriana, Missa Tridentina, Missa de Sempre, Missa no rito romano extraordinário, etc):

SÁBADO:

Local: Capela do Colégio Arnaldo

Endereço: Praça João Pessoa, 200 (o colégio fica em frente a Av. Brasil) - Funcionários

Dia: 13/12/08 – Sábado

Horário: 16 horas

Um abraço!

Renato Salles

 

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O santo Padre, o Papa Bento XVI, disse a algum tempo atrás:

Tornou-se mais facilmente possível [considerar fazê-lo] pelo fato de que neste meio tempo apareceram dois trabalhos excelentes nos quais o assunto da orientação da oração na Igreja do primeiro milênio foi esclarecido muito persuasivamente. Penso primeiramente no importante livrinho de Uwe Michael Lang, Voltados ao Senhor, de importância particular, e a importante contribuição de Stefan Heid, atitute e orientação da primeira oração na era Cristã (no Jornal de Arqueologia Cristã, 72-2006), onde fontes e uma bibliografia sobre o tema são amplamente ilustradas e atualizadas.

A conclusão é absolutamente clara: a idéia de que um padre e o povo devem se olhar nos olhos um ao outro era somente [uma idéia] na Cristandade moderna e é completamente alheia na antiga [Igreja]. O padre e o povo certamente não rezam um ao outro, mas ao único Senhor. Eles olham em oração para a mesma direção: em direção ao Leste, como símbolo cósmico para o Senhor que vem, ou onde isso não é possível, a uma imagem de Cristo, a uma cruz, ou simplesmente para o céu, como o Senhor fez na oração sacerdotal da véspera de sua Paixão (Jn 17:1).

Fonte: http://fratresinunum.wordpress.com/

Em recente entrevista disse Mons. Ranjith, secretário para a congregação do Culto Divino:

Excelência, sua primeira aparição pública como secretário da Congregação para o Culto Divino foi uma conferência proferida por ocasião da apresentação do livro de Uwe Michael Lang, oratoriano de origem alemã residente em Londres, Rivolti al Signore. L’orientamento della preghiera liturgica (Sena, Cantagalli, 2006, 150 pp.), realizada em 27 de abril no Instituto Patrístico Augustinianum de Roma. O livro, publicado em alemão em 2003, contém um prefácio do então cardeal Joseph Ratzinger, publicado pela primeira vez em italiano na edição de março de 2004 de 30Dias. O que mais o impressionou nesse livro?
RANJITH:
[...]De fato, não se pode dizer que essa participação é mais ativa quando o padre celebra voltado para o povo; pode acontecer que nesse caso o povo se distraia. Da mesma forma, a participação é verdadeira quando o abraço da paz cria uma grande confusão na igreja, com os sacerdotes indo às vezes cumprimentar até as últimas fileiras? Essa é a actuosa participatio, desejada pelo Concílio Vaticano II, ou simplesmente uma grande distração que não ajuda em nada a acompanhar com devoção o momento seguinte da missa (para não falar que às vezes se esquece até de dizer o Agnus Dei...)? Repito, o livro de padre Lang foi e é uma provocação extremamente útil, a começar pela introdução, na qual o cardeal Ratzinger lembra que o Concílio nunca pediu que se abolisse o latim, nem que se revolucionasse a direção da oração litúrgica...

Culpa da secularização...
RANJITH:
Certamente, mas essa situação é também fruto da maneira como foi tratada, ou melhor, maltratada a liturgia... Na prática, a meu ver, as sacrossantas expectativas do Concílio de uma liturgia mais bem compreendida e portanto espiritualmente mais fecunda receberam uma resposta ainda mais decepcionante. Portanto, há ainda muito o que fazer, a fim de que as igrejas se encham de novos de fiéis que se sintam realmente tocados pela graça do Senhor durante as sagradas liturgias. Num mundo secularizado, em vez de procurar elevar os corações para a grandeza do Senhor, procurou-se muito mais, eu acredito, rebaixar os mistérios divinos a um nível banal.

Quando o senhor foi nomeado secretário para o Culto Divino, escreveram que tinha ótimas relações com o mundo lefebvriano. Isso corresponde à verdade?
RANJITH:
Não conheci dom Marcel Lefebvre em razão da nossa diferença de idade, pois ele é de uma outra geração. Mas certamente tive algum contato com alguns de seus seguidores. Mas não sou um apaixonado pelos lefebvrianos. Infelizmente, ainda não voltaram à plena comunhão com a Santa Sé, mas às vezes quando falam sobre a liturgia é evidente que estão cobertos de razão. [...]

Fonte: http://www.30giorni.it/br/articolo.asp?id=11298

sábado, 8 de novembro de 2008

Autoridade e “autoridades”

 

Sidney Silveira


Qualquer principiante no estudo da obra de Santo Tomás sabe que o argumento de autoridade não vale nada, razão pela qual não devemos escorar-nos em uma autoridade humana como se isto nos garantisse a posse da verdade, pois “não importa quem diz, mas a validade do que se diz”. As únicas autoridades que o Doutor Angélico aceita são a da Sagrada Escritura e a do Magistério da Igreja; aquela porque foi revelada, e este porque foi participado pelo próprio Cristo e, portanto, não pode errar em artigos de fé e doutrina, dada a sua origem divina. [“Ide e ensinai a todas as nações”, cf. Mateus, XXVIII, 19]
Esse Magistério da Igreja participado pelo próprio Cristo sempre possuiu órgãos autênticos e órgãos subsidiários. Vejamos alguns deles, seguindo de perto a enumeração do Padre Álvaro Calderón, um simples teólogo (e, como veremos, um teólogo não tem autoridade magisterial, embora possa ter alguma autoridade teológica, se porventura não contraria o Magistério).

1- ÓRGÃOS AUTÊNTICOS DO MAGISTÉRIO

A) O Papa, no qual reside a suprema autoridade apostólica. Aqui, há uma divisão que deve ser feita:
a.1) O Papa sozinho;
a.2) O Papa e os Bispos reunidos em Concílio.
B) Os Bispos em comunhão com o Papa, mestres ex officio da suprema autoridade apostólica. Distingamos, também aqui, as situações.
b.1) Os Bispos dispersos pelo mundo, quando fazem uma declaração comum acerca de algum aspecto da doutrina revelada (e não sobre política ou outro assunto qualquer);
b.2) Os Bispos sozinhos, no âmbito de suas dioceses.

2- ÓRGÃOS SUBSIDIÁRIOS DO MAGISTÉRIO


A) Papais: Congregações Romanas, Comissões Pontifícias, Delegados Apostólicos, etc. Aqui também há distinções, pois esses órgãos em geral são compostos por:
a.1) Teólogos e peritos em ciências eclesiásticas;
a.2) Catequistas.

B) Episcopais: Conselhos de Presbíteros, Comissões Diocesanas, Curas, Párocos, etc.
b.1) Aqui também se encontram, na base, os simples fiéis, os pais de família e os peritos em ciências naturais que possam auxiliar a defesa da fé — caso, por exemplo, do biólogo norte-americano Michael Behe, que, com o seu conceito de complexidade irredutível, refutou, em seu foro científico específico, a teoria evolucionista. Mas esta é uma conversa para outro post.


Como vimos, um teólogo não tem autoridade magisterial nem em sentido pleno (que só o Papa possui) nem de modo não pleno (caso dos Bispos), pois a sua tarefa é subsidiária; por isso, se ele contraria a regra próxima e necessária da fé (ou seja, o Magistério infalível, tanto ordinário [pois o há, em alguns casos] como extraordinário), não só não possui autoridade magisterial, mas sequer possui a mínima autoridade teológica. O bom mesmo é que seja refutado, para que os seus erros não se propaguem e contaminem a fé, pondo em risco a salvação das almas — caso, por exemplo, do teólogo suíço Urs von Balthasar, que afirmara desgraçadamente que o inferno está vazio, ou melhor: está cheio de pecados, mas não de pecadores (sic.). Ou ainda o caso de teólogos que afirmam que o inferno não é um lugar, mas um estado. A teólogos defensores de tais “teses”, o Papa atual, Bento XVI, em recente alocução na Praça de S. Pedro, bem no começo da Quaresma deste ano (em 08/02), deu uma bela e firme resposta, ao dizer com todas as letras e com a sua autoridade: O inferno está cheio e é um lugar!
Aqui vale perguntar: no que se refere a qualquer artigo de fé, vale mais o parecer do Papa — no qual reside a autoridade apostólica de modo pleno — ou o de um teólogo, que, como mostramos, trabalha em algo importante, mas absolutamente subsidiário?


Ademais, nunca é demais lembrar que hoje há teólogos de todas as linhas e sabores: há por exemplo os que defendem o poligenismo (ou seja: afirmam que não existiram Adão e Eva, mas uma multidão de primeiros pais — tese que torna o pecado original teologicamente irresolvível, pelos problemas que traz) e o naturalismo (estes excluem a causa sobrenatural e afirmam coisas verdadeiramente portentosas, como por exemplo a seguinte: o Mar Vermelho foi dividido por um fenômeno natural ocorrido no exato momento em que Moiséis dizia dividi-lo — o que é, na verdade, incrível, literalmente).


Portanto, aconselho a todos os vários amigos — antigos e recentes — que nos têm brindado com visitas cotidianas ao blog: estudem com grande afinco, e continuamente, o Magistério da Igreja e os Santos Doutores (que aliás assim o foram proclamados pelo próprio Magistério!), antes de dar crédito a qualquer teólogo, por mais criativo e erudito que pareça ser.

Fonte: Contra Impugnantes

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Entrevista com o Arcebispo Malcom Ranjith

“A liturgia e os pobres, tesouros da Igreja”

Entrevista com o arcebispo Malcolm Ranjith (Setembro 2006), escolhido pelo papa Bento XVI como secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos

Entrevista com Malcom Ranjith de Gianni Cardinale

O arcebispo Albert Malcolm Ranjith Patabendige Don, a completar 59 anos em meados de novembro, originário do Sri Lanka, foi nomeado secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em 10 de dezembro do ano passado. Bento XVI o chamou à Cúria, como segunda nomeação de relevo de seu pontificado, depois da de William Joseph Levada a prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Ao lado do recém-empossado cardeal secretário de Estado Tarcisio Bertone, dom Ranjith faz parte do círculo de estreitos colaboradores da Cúria Romana pessoalmente escolhidos pelo papa Ratzinger.
30Dias lhe pediu que aprofundasse alguns aspectos de sua biografia.

Don Albert Malcom Ranjith

Excelência, como nasceu a sua vocação?
ALBERT MALCOLM RANJITH PATABENDIGE DON: Nasci numa família de bons católicos. Em nossa paróquia vivíamos com alegria a sadia e boa tradição da Igreja, na qual a missa cotidiana era uma prática da qual participavam muitos fiéis simples. A paróquia era dirigida por um ótimo missionário francês, um oblato de Maria Imaculada, padre Jean Habestroh, que deu tudo por Jesus e por Sua Igreja. Um verdadeiro modelo de dedicação. E assim, dentro dessa intensa vida de fé na família e na paróquia, o chamada a me dedicar plenamente ao serviço do Senhor nasceu desde pequeno e amadureceu, quando eu era coroinha, quase de modo natural.


Onde o senhor estudou?
RANJITH: Numa escola dos religiosos das escolas cristãs de La Salle, escolas de ótima qualidade, nas quais a vida devocional era muito intensa. Todos os dias rezávamos o Rosário, e éramos quase todos membros da Legião de Maria. Tive sorte, pois nessas escolas cresci não apenas nos conhecimentos científicos e na formação cultural, mas também na vida espiritual. E os religiosos de La Salle eram guias exemplares.


O senhor freqüentou o seminário maior nacional de Kandy, de 1966 a 1970...
RANJITH: Eu tinha dezoito anos quando entrei no seminário. Meu pai, num primeiro momento, não estava muito contente, pois eu era o primogênito e único filho homem. Mas, depois, graças sobretudo a minha mãe, meus pais entraram em acordo e me deram permissão de entrar no seminário. Depois dos estudos filosóficos e de um período de tempo que passamos fora do seminário, o primeiro e único cardeal que teve o Sri Lanka, Thomas Benjamin Cooray, mandou-me a Roma, para o Colégio de Propaganda Fide, a fim de que eu completasse os estudos teológicos.


E em Roma o senhor foi ordenado sacerdote.
RANJITH:
Sim, em 29 de junho de 1975. Éramos mais de 350 diáconos ordenados por Paulo VI durante o Ano Santo. Em seguida, freqüentei o Pontifício Instituto Bíblico, onde, depois de quatro anos, obtive a licenciatura em Sagrada Escritura. Durante esses anos, tive também a sorte de poder fazer um curso de oito meses na Universidade Judaica de Jerusalém, onde pude receber dos rabinos professores um grande sentimento de amor pela Palavra de Deus. A Terra Santa está cheia de Deus e de Seu amor pela humanidade, um amor que naqueles lugares pode-se quase tocar com as mãos. Minha vocação sacerdotal, portanto, se enriquecia com novas forças espirituais, a cada dia que eu respirava aquele ar.


Quem foram seus mestres?
RANJITH:
Fui aluno do então padre Carlo Maria Martini, inteligente e muito capacitado: ele nos ensinava o Evangelho de São Lucas e Crítica Textual. Outro jesuíta, hoje cardeal, padre Albert Vanhoye, era também meu professor. Com ele como orientador, em 1978, escrevi minha monografia para a conclusão de curso de Sagrada Escritura sobre a Carta aos Hebreus. Da Urbaniana, guardei a figura do padre Carlo Molari: apresentava a doutrina dogmática sob um ponto de vista diferente, mas interessante, que suscitava debates e abria nossos olhos para que saboreássemos o verdadeiro valor da teologia. Houve muitos outros bons professores. Eu me lembro de dom Stefano Virgulin e do padre comboniano Pietro Chiocchetta: não ensinavam de modo “livresco”, mas com uma fé intensa em Jesus.


Concluídos os estudos, em 1978 o senhor voltou para a pátria.
RANJITH:
Fui vice-pároco numa região pouco desenvolvida, num vilarejo de pescadores, todos católicos. E lá comecei a descobrir a ligação da teologia com a vida cotidiana dos fiéis a partir do grande veículo da liturgia. Quem celebra e reza intensamente é ajudado a pôr em prática o que celebra. Depois fui pároco também em outros vilarejos de pescadores. Eram muito pobres, mas tinham uma grande fé. E foi justamente graças ao contato com essas realidades que descobri a necessidade de que a Igreja se ocupe também da justiça social. Desde então, o amor pela liturgia e o amor pelos pobres, dois verdadeiros tesouros da Igreja, poderíamos dizer, foram a bússola da minha vida de sacerdote. Muito embora, naquela época, eu jamais pudesse pensar que um dia chegaria a ser secretário da Congregação para o Culto Divino.


Como o senhor ajudou aquelas populações?
RANJITH:
Aproveitei os conhecimentos que tinha cultivado em Roma e na Alemanha. Chamei meus velhos amigos e, graças a Deus, as ajudas apareceram. Foi graças também a essa atividade que, em 1983, me tornei diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias. Cargo que exerci durante dez anos. E nessa condição participei de muitos encontros com os outros diretores das Pontifícias Obras Missionárias espalhadas pelo mundo inteiro. Foram essas reuniões que me ajudaram a ter uma visão realmente católica, universal da Igreja.


Em 1991, o senhor foi nomeado bispo auxiliar de Colombo. Com viveu essa primeira experiência episcopal?
RANJITH:
Como bispo auxiliar, pude ampliar minha presença para toda a diocese e colaborar dessa forma com meu bispo ordinário. Pude descobrir, além disso, como o povo cristão deseja sentir próximos seus pastores, dos quais esperam uma vida que reflita a do supremo pastor, Jesus. Durante esse período, a pedido do episcopado, coordenei com o governo e a Santa Sé a preparação da viagem do papa João Paulo II ao Sri Lanka, ocorrida em janeiro de 1995. Foi uma grande experiência também. Era comovente ver nossos fiéis simples se apertarem ao redor do Papa com um grande sentimento de afeto.

O jovem padre Ranjith, vice-pároco do vilarejo de pescadores de Kepungoda, na arquidiocese de Colombo

Era a primeira vez que um papa tocava o solo do Sri Lanka?
RANJITH:
Não, trinta anos antes, em dezembro de 1970, Paulo VI, voltando a Roma da Austrália, fez uma parada em Colombo, onde celebrou uma missa no aeroporto. Na época, eu era um jovem seminarista e ainda me lembro da alegria com que os católicos, mas não apenas eles, se reuniram em torno da figura do primeiro papa que punha os pés em nossa ilha.


No final de 1995, o senhor foi chamado a guiar a nova diocese de Ratnapura, onde ficou até 2001. RANJITH: Pediram-me para assumir uma diocese nova, que acabara de ser constituída, situada no interior do país. E eu aceitei. Foram cinco anos muito felizes, apesar dos problemas que sempre existem, sobretudo quando se deve construir toda uma estrutura diocesana. Aprendi a ficar perto do clero – que em Ratnapura estava um pouco dividido – e dos fiéis, a maioria dos quais eram e são muito pobres. Nesse caso não eram pescadores, mas agricultores das plantações de chá.


Quantos católicos havia em Ratnapura?
RANJITH:
Só dois por cento da população. Mas as relações com a esmagadora maioria budista eram ótimas. Quando entrei na diocese como bispo, fui visitar todos os templos budistas da cidade e encontrar os monges. Desde o primeiro dia, criamos um organismo de diálogo e cooperação em campos nos quais isso é possível, como o social. Nasceu uma amizade muito forte com alguns desses monges. A eles, algumas vezes, pedimos conselhos e sugestões quando construímos novas igrejas.


No entanto, nos últimos tempos, se discutem leis para impedir a conversão de uma religião para outra no Sri Lanka...
RANJITH:
É uma questão que se discute em nível nacional e que se deve à longa guerra entre a minoria tâmil, grande parte dela hinduísta, e a maioria cingalesa, formada sobretudo por budistas, e também às atividades pouco corretas de algumas seitas cristãs fundamentalistas. A maioria cingalesa-budista tem medo de que as minorias, a tâmil-hinduísta mas também as comunidades cristãs que se encontram tanto entre os tâmil quanto entre os cingaleses, queiram conquistar uma posição dominante na sociedade, e por isso reage e procura controlá-las, criando nelas às vezes um sentimento de opressão. Isso de maneira geral. Mas, quando eu era bispo em Ratnapura, a situação era tranqüila na diocese, até porque ela está fora das regiões mais quentes do conflito, que ficam no nordeste do país.


Em 2000 foi publicada a declaração Dominus Iesus, sobre o caráter salvífico único de Jesus. Ela criou problemas no diálogo com o budismo?
RANJITH:
Para dizer a verdade, um primeiro problema surgiu em 1994, quando João Paulo II publicou com Vittorio Messori o livro-entrevista Cruzando o limiar da esperança, no qual algumas frases sobre o budismo suscitaram reações. Mas aqueles que deram difusão ampla a essas afirmações eram estrangeiros que vieram se instalar no país. Foram eles que deram grande destaque nos jornais do Sri Lanka à notícia de que o Papa havia atacado o budismo nesse livro. Eram artigos que inflamavam as tensões, ainda que muitas pessoas nem tivessem lido o livro do Papa. Mas um monge budista que eu conhecia escreveu no principal jornal de língua inglesa do Sri Lanka, o Daily News, um artigo em que defendia o Santo Padre. Esse monge escreveu que, segundo as indicações de Buda, todos os ensinamentos deveriam ser submetidos à crítica, inclusive os seus. E, portanto, o Papa tinha todo o direito de dizer o que achava negativo na religião budista. Paradoxalmente, foram mais alguns teólogos católicos que criticaram o Papa do que os próprios budistas. Mais ou menos o mesmo aconteceu com a Dominus Iesus: os ataques maiores vieram dos teólogos católicos e não dos outros. Muitas vezes, nessas coisas, nós nos deixamos guiar por nossas emoções, mais que por uma análise dos fatos. E assim se criam situações antipáticas e inúteis.


De qualquer forma, durante a visita de João Paulo II ao Sri Lanka de janeiro de 1995 os líderes budistas não participaram do encontro com o Papa...
RANJITH:
Os líderes não, mas muitos e muitos fiéis budistas participaram do encontro com alegria. Devo especificar que o altar principal no qual o Papa celebrou a santa missa, na esplanada de Galle Face, foi desenhado e construído por um monge budista, nosso amigo, que dessa forma se recusou a ser instrumentalizado pelos outros.

Padre Ranjith durante um encontro de promoção da infância missionária, quando era diretor das Pontifícias Obras Missionárias do Sri Lanka

Voltemos à atualidade. Como o senhor avalia a tentativa de introduzir leis anticonversão em seu país?
RANJITH:
Antes de mais nada, nós, cristãos, dizemos claramente à maioria budista que não é nosso desejo subverter as tradições religiosas e culturais em que se reconhece a maioria do povo do Sri Lanka. Além do mais, mesmo que uma lei desse tipo seja aprovada, as conseqüências poderão não ser totalmente negativas. Isso significará que o Senhor quer pôr à prova a nossa fé, e não duvido que com Sua ajuda a fé do nosso povo cristão se reforçará.


Em 1º de outubro de 2001 veio a público a sua nomeação a secretário adjunto de Propaganda Fide. Que recordação o senhor tem desse chamado a Roma?
RANJITH:
Em 1995, além de bispo de Ratnapura, eu me tornei também secretário-geral da Conferência Episcopal e presidente da Comissão Episcopal para a Justiça e a Paz. Com o vice-presidente dessa Comissão, o bispo de Mannar, Joseph Rayappu, de etnia tâmil, trabalhei muito para levar o governo de Colombo e os Tigres tâmil à mesa de negociações que conduziram ao cessar-fogo, rompido, infelizmente, justamente nos últimos meses. Lembro-me que conseguimos levar 26 monges budistas à região controlada pelos tâmil para tentar romper a hostilidade que os budistas e os tâmil alimentavam mutuamente em razão das atrocidades cometidas por ambos no passado. O encontro entre os dois grupos foi uma experiência muito feliz. Bem no momento em que eu estava muito empenhado nessas iniciativas de paz, o núncio apostólico me telefonou, anunciando a decisão do Papa de me nomear secretário adjunto de Propaganda Fide e perguntando se eu acataria essa solicitação. Diante do desejo do Papa, eu disse sim. Dessa forma, fui para Roma desenvolver minha missão na Congregação dirigida pelo cardeal Crescenzio Sepe.


Na qual ficou durante cinco anos.
RANJITH:
Foi um período muito interessante. Para mim foi um pouco uma continuação do trabalho que eu já havia desenvolvido na qualidade de diretor das Pontifícias Obras Missionárias no Sri Lanka. Foram quase dois anos nos quais procurei ser o mais autêntico, leal e sincero possível no meu trabalho. Tentei valorizar ao máximo o papel dos diretores nacionais das Pontifícias Obras Missionárias nas várias Igrejas locais, e preservar a transparência absoluta em todas as delicadas questões financeiras que estavam relacionadas com essas obras.


Em 29 de abril de 2004 veio a público a sua nomeação a núncio apostólico na Indonésia e no Timor Leste.
RANJITH:
Depois de um período de reflexão, me pediram que me tornasse núncio apostólico. Aceitei com grande interesse, mesmo sendo uma experiência nova, num campo que ainda era misterioso para mim. Como bispo, eu havia colaborado com a nunciatura de Colombo, mas não havia recebido a formação especial que os núncios têm. Eu diria que foi uma experiência muito rica e que procurei estar próximo daquela Igreja e de seus pastores e manifestar, dessa forma, a proximidade do Santo Padre.


Foi justamente quando o senhor estava em Jacarta que ocorreu o terrível tsunami que arrasou o Sudeste asiático. Como o senhor viveu essa experiência?
RANJITH:
Naqueles dias, um de meus mais queridos amigos, o arcebispo de Viena, cardeal Christoph Schönborn, estava comigo. Quando soubemos da tragédia, abandonamos a programação que havíamos estabelecido para a visita dele e fomos para Banda Aceh. Foi uma viagem extremamente difícil, mas conseguimos chegar a visitar as regiões atingidas. Foi um espetáculo terrível: morte e destruição por todos os lados. Passamos dois dias como missionários, dormindo em alojamentos improvisados, sem água corrente nem luz. Mas ficamos contentes por poder estar próximos da pequena comunidade católica de Banda Aceh e também da ilha de Nias. A voz do cardeal Schönborn, que, de lá, narrava a sua experiência às rádios e TVs européias, foi também determinante para a solidariedade que recebemos de todas as partes do mundo. Depois, por intermédio da rede da Cáritas e da ajuda da Santa Sé, conseguimos estabelecer um programa de ajuda sólida para aquelas populações. A Cáritas indonésia estava inativa; com a ajuda do cardeal arcebispo de Jacarta e da Cáritas Internacional, conseguimos reativar esse organismo eclesial e estabelecer projetos de ajuda para a reconstrução daquelas regiões. Lembro-me de que participamos de reuniões intermináveis, mas importantes, graças às quais pudemos dar nossa contribuição como Igreja Católica às populações atingidas por essa imensa tragédia.


Pouco antes da sua nomeação a núncio, o L’Osservatore Romano de 26-27 de abril de 2004 publicou um artigo seu comentando a instrução Redemptionis Sacramentum, “sobre algumas coisas que se devem observar e evitar acerca da Santíssima Eucaristia”, publicada pouco tempo antes pela Congregação para o Culto Divino, em parceria com a Congregação para a Doutrina da Fé...
RANJITH:
Escrevi esse artigo a pedido do prefeito da Congregação para o Culto Divino, cardeal Francis Arinze. Eu tinha achado a Redemptionis Sacramentum muito útil e necessária, e por isso fiquei muito contente em comentá-la.


Foi um artigo por assim dizer profético, visto o cargo que o senhor hoje exerce...
RANJITH:
Não sei. Mas, como já disse, sempre me interessei pela liturgia, sobretudo em seus aspectos pastorais, e sempre busquei ler e me atualizar a respeito desses aspectos. Eu me lembro de que, quando encontrava o então cardeal Ratzinger, nas nossas conversas muitas vezes acabávamos falando de liturgia.


Como o senhor conheceu o cardeal Joseph Ratzinger?
RANJITH:
Foi graças a uma questão relacionada ao Sri Lanka, a do teólogo Tissa Balasuriya, que havia escrito um livro, Mary and human liberation, no qual era feita uma análise teológica que dificilmente poderia ser considerada compatível com a doutrina católica. Na época, eu era um jovem bispo recém-nomeado, me interessei por esse livro e coordenei uma comissão episcopal criada especialmente para estudá-lo. Em 1994, quando se concluíram os trabalhos dessa comissão, a Conferência Episcopal emitiu um comunicado pelo qual os fiéis eram avisados de que o livro não refletia a doutrina da Igreja. Esse comunicado desencadeou uma campanha na imprensa mundial contra nós e em favor do padre Balasuriya. A controvérsia foi tão forte, que até Roma começou a investigar. E assim fui chamado à Urbe para explicar o que estava acontecendo ao Papa e ao prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal Ratzinger. As afirmações do padre Balasuriya eram tão graves, que em janeiro de 1997 foram formalmente condenadas pela Congregação, e ele mesmo, não as tendo retirado, sofreu a excomunhão latae sententiae. Essa excomunhão foi revogada no ano seguinte, depois de uma solene declaração pública do próprio padre Balasuriya.


Foi nesse contexto, então, que começou a sua convivência com o cardeal Ratzinger...
RANJITH:
Sim, eu o encontrei diversas vezes e nessas ocasiões tinha a oportunidade de esclarecer a ele as minhas impressões e as minhas preocupações, enquanto bispo, especialmente a respeito da questão do diálogo inter-religioso e também das questões litúrgicas. Quando, mais tarde, fui chamado a Propaganda Fide, tive a oportunidade de encontrar o cardeal Ratzinger com maior freqüência, também durante as reuniões ordinárias desse organismo, do qual ele também era membro. Assim, além de ser um ávido leitor de seus livros, aprendi a apreciar pessoalmente também seus dotes humanos. Vi sempre nele um grande teólogo e, em suas palavras, não um pedante, mas essencialmente uma pessoa próxima do Senhor.


Dessa forma, o senhor ficou pouco menos de dois anos em Jacarta. Em 10 de dezembro de 2005, foi publicada sua nomeação a secretário do Culto Divino. O senhor esperava esse novo chamado a Roma?
RANJITH:
Eu me lembro de que Bento XVI me chamou em audiência a Castel Gandolfo durante o verão de 2005, em meados de setembro, e me perguntou se eu aceitaria a nomeação a secretário da Congregação para o Culto Divino. Eu disse que sim. Sempre me interessei pela liturgia, que sempre considerei a chave da relação entre a fé e a vida, pois da maneira como é celebrada a liturgia é também vivida a fé cristã. A liturgia, por um lado, exterioriza a fé, e, por outro, a alimenta. Poder dar minha contribuição sobre esse ponto, ainda que modesta, sabendo como ele é caro ao papa Bento, encheu meu coração de alegria.

Albert Ranjith com padre Uwe Michael Lang, autor do livro Rivolti al Signore. L’orientamento nella preghiera liturgica, Sena, ed. Cantagalli, por ocasião da apresentação da obra, em 27 de abril de 2006

Excelência, sua primeira aparição pública como secretário da Congregação para o Culto Divino foi uma conferência proferida por ocasião da apresentação do livro de Uwe Michael Lang, oratoriano de origem alemã residente em Londres, Rivolti al Signore. L’orientamento della preghiera liturgica (Sena, Cantagalli, 2006, 150 pp.), realizada em 27 de abril no Instituto Patrístico Augustinianum de Roma. O livro, publicado em alemão em 2003, contém um prefácio do então cardeal Joseph Ratzinger, publicado pela primeira vez em italiano na edição de março de 2004 de 30Dias. O que mais o impressionou nesse livro?
RANJITH:
Eu já havia lido esse livro e o belíssimo prefácio do então cardeal Ratzinger. Assim, quando recebi o convite, aceitei logo. Foi uma oportunidade para proporcionar um debate muito positivo na Igreja. Fala-se muito de participação dos fiéis na liturgia. Mas os fiéis participam mais quando o sacerdote celebra versus populum ou quando celebra voltado para o altar? De fato, não se pode dizer que essa participação é mais ativa quando o padre celebra voltado para o povo; pode acontecer que nesse caso o povo se distraia. Da mesma forma, a participação é verdadeira quando o abraço da paz cria uma grande confusão na igreja, com os sacerdotes indo às vezes cumprimentar até as últimas fileiras? Essa é a actuosa participatio, desejada pelo Concílio Vaticano II, ou simplesmente uma grande distração que não ajuda em nada a acompanhar com devoção o momento seguinte da missa (para não falar que às vezes se esquece até de dizer o Agnus Dei...)? Repito, o livro de padre Lang foi e é uma provocação extremamente útil, a começar pela introdução, na qual o cardeal Ratzinger lembra que o Concílio nunca pediu que se abolisse o latim, nem que se revolucionasse a direção da oração litúrgica...


Uma entrevista sua à Croix de 25 de junho, intitulada “A reforma litúrgica do Vaticano II nunca decolou”, provocou um grande burburinho. O senhor pode explicar melhor seus juízos sobre a reforma litúrgica posta em prática depois do Concílio Vaticano II?
RANJITH:
Essas palavras foram retiradas do seu contexto. Não é que eu tenha avaliado negativamente tudo o que ocorreu depois do Concílio. O que eu disse foi que o resultado esperado pela reforma litúrgica não se manifestou. Nós nos perguntamos se a vida litúrgica, a participação dos fiéis nos ritos sagrados, é mais alta e melhor hoje do que a que se dava na década de 1950. Criticava-se o fato de que, antes do Concílio, os fiéis não participavam realmente da missa, mas a assistiam passivamente ou praticavam devoções pessoais. Mas os fiéis hoje participam mesmo de um modo espiritualmente mais elevado e pessoal? Aconteceu mesmo que muitas pessoas que estavam fora da Igreja começaram a fazer fila para entrar nas nossas igrejas depois das novas liturgias? Ou será que não aconteceu justamente o contrário, que muitos foram embora e que as igrejas se esvaziaram? De que reforma estamos falando, então?


Culpa da secularização...
RANJITH:
Certamente, mas essa situação é também fruto da maneira como foi tratada, ou melhor, maltratada a liturgia... Na prática, a meu ver, as sacrossantas expectativas do Concílio de uma liturgia mais bem compreendida e portanto espiritualmente mais fecunda receberam uma resposta ainda mais decepcionante. Portanto, há ainda muito o que fazer, a fim de que as igrejas se encham de novos de fiéis que se sintam realmente tocados pela graça do Senhor durante as sagradas liturgias. Num mundo secularizado, em vez de procurar elevar os corações para a grandeza do Senhor, procurou-se muito mais, eu acredito, rebaixar os mistérios divinos a um nível banal.

Albert Ranjith, recém-ordenado bispo auxiliar de Colombo, é recebido em sua paróquia de origem

Quando o senhor foi nomeado secretário para o Culto Divino, escreveram que tinha ótimas relações com o mundo lefebvriano. Isso corresponde à verdade?
RANJITH:
Não conheci dom Marcel Lefebvre em razão da nossa diferença de idade, pois ele é de uma outra geração. Mas certamente tive algum contato com alguns de seus seguidores. Mas não sou um apaixonado pelos lefebvrianos. Infelizmente, ainda não voltaram à plena comunhão com a Santa Sé, mas às vezes quando falam sobre a liturgia é evidente que estão cobertos de razão. E por isso são uma provocação que nos deve fazer refletir sobre o que estamos fazendo. Isso não significa que posso ser definido um adepto ou um amigo dos lefebvrianos. Compartilho alguns pontos defendidos pelos chamados militantes antiglobalização com relação à justiça social, mas isso não significa que sou um adepto deles... Por outro lado, a missa tridentina não é propriedade privada dos lefebvrianos. Ela é um tesouro da Igreja e de nós todos. Como o Papa disse à Cúria Romana no ano passado, o Concílio Vaticano II não é um momento de ruptura, mas de renovação na continuidade. Não se joga fora o passado, mas se cresce sobre ele.


Isso significa que a chamada missa de São Pio V, na realidade, nunca foi abolida?
RANJITH:
O fato de a Santa Sé ter recentemente aprovado a instituição, em Bordeaux, de uma sociedade de vida apostólica de direito pontifício caracterizada por usar exclusivamente os livros litúrgicos pré-conciliares [o Instituto do Bom Pastor, no qual se reuniram alguns “ex-lefebvrianos”, ndr.], significa de maneira inequívoca que a missa de São Pio V não pode ser considerada abolida pelo novo missal chamado de Paulo VI.

Fonte: http://www.30giorni.it/br/articolo.asp?id=11298

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