quarta-feira, 11 de março de 2009
O Papa Bento XVI se Defende
De Rorate-Caeli
Tradução de Frates in Unum
Uma carta do Papa Bento XVI a todos os Bispos do mundo sobre o levantamento das excomunhões dos Bispos da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X (FSSPX/SSPX) e sobre todos os aspectos envolvendo os problemas subsequentes relacionados ao Bispo Richard Williamson será publicada amanhã (quinta-feira). Várias fontes de notícias Italianas fornecem alguns excertos da carta esta manhã, e forneceremos uma tradução o mais rápido possível.
Excertos (Atualizado):
A carta anunciará que a Comissão Pontifícia “Ecclesia Dei” será colocada sob a autoridade da Congregação para a Doutrina da Fé (embora, por este momento, não seja claro se apenas em matérias doutrinais). O Papa deixa claro aos Tradicionalistas que não é possível “congelar” a autoridade Magisterial da Igreja em 1962 — mas ele também reprovará aqueles que se proclamam a si mesmos como “grandes defensores do Concílio” mas não querem compreender que o Vaticano II continua com a “história doutrinal inteira da Igreja”.
O Papa é franco com aqueles que proclamam o ecumenismo, mas não querem seguir através dele com a Fraternidade: “Podemos nós lançar à absoluta indiferença uma comunidade na qual existem 491 padres, 215 seminaristas,… 117 irmãos, 164 irmãs, e milhares de fiéis? Devemos nós verdadeiramente deixá-los se dispersarem da Igreja? Nos é permitido simplesmente excluí-los, como representantes de um grupo radical e marginal, da busca pela unidade e reconciliação?”
...
“Um contratempo imprevisível para mim foi o fato de que o caso Williamson foi colocado acima da remissão das excomunhões. O discreto gesto de misericórdia em direção dos quatro bispos, ordenados válida mas ilicitamente, apareceu inesperadamente como uma matéria completamente diferente: como uma negação da reconciliação de Cristãos e Judeus, e então como uma revogação daquilo que o Concílio esclareceu como o caminho da Igreja a respeito desta matéria”.
“Estou entristecido pelo fato de que mesmo os Católicos, que no final deveriam saber melhor como as coisas se colocam, consideraram ter de me atingir com uma hostilidade pronta para o ataque. Por isso, eu agradeço ainda mais os amigos Judeus que me ajudaram a prontamente remover o mal entendimento e reestabelecer uma atmosfera de amizade e confiança”.
Algumas das palavras conclusivas são fortes: “A impressão é comumente dada de que nossa sociedade sente a necessidade de ao menos um grupo ao qual nenhuma tolerância é concedida; que se possa perfeitamente abusar com ódio. E se alguém ousa aproximar-se deles, ele também perde seu direito à tolerância e também pode ser tratado com ódio, sem medo ou reservas”.
O Papa lamenta, em seguida, o fato de que o mesmo levantamento da excomunhão, “o alcance e os limites da medida”, não foram “elucidados de modo suficientemente claro no momento da sua publicação”. E precisa que a excomunhão afeta pessoas, não instituições: a revogação é um ato disciplinar, que permanece bem distinto do âmbito doutrinal: “O fato de que a Fraternidade São Pio X não possui uma posição canônica na Igreja não se baseia em última instância sobre razões disciplinares, mas doutrinais” e seus ministros, mesmo que ” tenham sido liberados da punição eclesiástica, não exercem de modo legítimo qualquer ministério na Igreja”.
Continuando sobre este tema, o Papa anuncia a intenção de unir a comissão Ecclesia Dei, que lida com os lefebvrianos, à Congregação para a Doutrina da Fé. E falando do propósito disse: “Não se pode congelar a autoridade magisterial da Igreja no ano de 1962 - isso deve ser bem claro para a Fraternidade. Mas alguns daqueles que se mostram como defensores do Concílio também devem ser recordar à memória que o Vaticano II traz consigo toda a história da doutrina da Igreja. Quem quer ser obediente ao Concílio deve aceitar a fé professada no decurso dos séculos e não pode cortar as raízes das quais a árvore vive”.
Bento XVI - e é a parte mais comovente da carta - em seguida responde à pergunta crítica que muitos lhe reviraram nestas semanas: o levantamento da excomunhão era necessário? Era realmente uma prioridade? O Papa respondeu que a sua prioridade como pastor universal “é tornar Deus presente neste mundo e de abrir aos homens o acesso a Deus. Não a um deus qualquer, mas àquele Deus que falou no Sinai; àquele Deus cujo rosto reconhecemos …em Jesus crucificado e ressuscitado”. No momento em que Deus desaparece do horizonte dos homens, é necessário “ter ao coração a unidade dos crentes”, porque a sua discórdia e confronto “põe em dúvida a credibilidade do seu falar sobre Deus”. Mesmo “reconciliações pequenas e médias” fazem, portanto, parte da prioridade para a Igreja. O “calmo gesto de uma mão estendida”, em vez, deu origem a um grande barulho, transformando-se assim “no contrário de uma reconciliação.”
[...] Bento XVI não esconde que da Fraternidade por um longo tempo chegaram “muitas coisas conflituosas - soberba, arrogância, unilateralismo, etc. Por amor à verdade devo acrescentar que também recebi uma série de depoimentos comoventes de gratidão, nos quais ficavam perceptíveis uma abertura do coração”.
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Um comentário:
Paz e Bem no Amor de Jesus.
Não venho comentar, por agora.
Aproveito o espaço para vos fazer
um pedido, que justifico:
verifico, com satisfação que colocaram no dia 3 de Março, um texto de Dietrich von Hildebrand -"Casamento: o mistério do amor fiel".
Excelente texto.
De há muito que admiro esse grande católico e pensador profundo. Gostava de adquirir algumas obras suas, a começar por essa donde retiraram tão precioso texto.
E outras, por exemplo uma que tem um título que não recordo com clareza, mas que é algo assim como: "O Cavalo de Troia na Igreja".
Do autor, em Portugal apenas encontrei um pequeno opúsculo (ed. Quadrante): "Atitudes éticas fundamentais".
Anseio ler mais obras de Hildebrand.
Poder-me-ão dar uma ajuda quanto a editoras de obras deste espírito excelso?
Muito obrigado.
Saudações fraternas em jesus Cristo, Nosso Senhor
Ennio da Liguria
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