1. Ficha técnica: Ano de lançamento [2005/EUA]. Diretor [Scott Derrickson]. Elenco [Laura Linney/Tom Wilkinson/Campbell Scott]. Roteiro [Scott Derrickson/Paul Harris Boardman]. Distribuidora [Columbia Pictures].
2. Sinopse: Baseado em fatos reais, "O Exorcismo de Emily Rose" é uma combinação dos gêneros terror/exorcismo e drama judicial. No filme, a protagonista Laura Linney interpreta o papel de uma advogada que defende um padre (Tom Wilkinson) acusado por uma sessão de exorcismo realizada em uma adolescente chamada Emily Rose que, segundo ele, havia sido possuída pelo demônio.
3. Fatos: Emily Rose é o nome fictício para a colegial alemã Anneliese Michel, que nasceu no dia 21 de Setembro de 1952 na cidade de Leiblfing, na Bavária e morreu no dia 1 de Julho de 1976, em Main. Sofreu graves perturbações por muitos anos. Chegou a ser internada em Clínica psiquiátrica, submetida a tratamento para epilepsia de 1968 a 1972, não tendo obtido resultado algum. Depois de muitos anos de sofrimento os pais acreditavam realmente que Anneliese estava possuída pelo demônio e pediram ajuda à Diocese de Wuerzburger. A Igreja reconheceu o caso como legítimo e os responsáveis pelo exorcismo foram os padres Ernst Alt e Arnold Renz. A partir de 1973, já há muito debilitada pelos sucessivos tratamentos psiquiátricos, Anneliese profundamente desidratada e padecendo de inanição, sofreu parada respiratória e cardiovascular durante uma sessão de exosrcismo, onde a jovem veio a falecer. Sua morte é tida até hoje como um mistério. O caso é conhecido como "o caso Klingenberg".
4. Exorcismo: O Catecismo da Igreja Católica [N° 1673] assim se expressa: "Quando a Igreja exige publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objeto seja protegido contra a influência do maligno e subtraído a seu domínio, fala-se de exorcismo. Jesus o praticou [Mc 1, 25-26], é dele que a Igreja recebeu o poder e o encargo de exorcizar [Mc 3, 15]. Sob uma forma simples, o exorcismo é praticado durante o Batismo. O exorcismo solene, chamado 'grande exorcismo', só pode ser praticado por um sacerdote, com a permissão do bispo. Nele é necessário proceder com prudência, observando estritamente as regras estabelecidas pela Igreja [Código de Direito Canônico, cân. 1172]. O exorcismo visa expulsar os demônios ou livrar da influência demoníaca, e isto pela autoridade espiritual que Jesus confiou à sua Igreja. Bem diferente é o caso de doenças, sobretudo psíquicas, cujo tratamento depende da ciência médica. É importante, pois, verificar antes de celebrar o exorcismo se se trata de uma presença do maligno ou de uma doença".
5. Demônio: O demônio existe e dele dão testemunhos o Antigo e o Novo Testamento. O Magistério da Igreja e os Ensinamentos Conciliares exortam a confiança em Deus ante sua atuação. São Tomás de Aquino dedicou-se profundamente [Suma Teológica, I, q. 50-64] ao estudo da natureza e da atuação dos anjos, tendo por este motivo recebido o título de Doutor Angélico. Se por um lado, temos uma nova Teologia que prega um ceticismo injustificável, afastando-se cada vez mais da crença não só no demônio, mas na existência dos anjos, por outro lado temos certas teologias que pregam e exploram uma credulidade exagerada, onde em toda dor e sofrimento humano identifica e proclama atividades demoníacas. Estas duas posturas são extremas, viciosas, favoráveis à própria atuação demoníaca, cuja maior façanha é fazer-nos crer que ele não existe. Ambas posturas não são condizentes com a fé do cristão coerente, assíduo na palavra que não depõe contra o bom senso e a ciência. A virtude é excelência para o discernimento e coerência na fé. Embora sejam poucos os casos de possessão reconhecidos pela Igreja Católica, não significa que não hajam.
6. Conclusão: Podemos atestar dois tipos de atividades diabólicas: a ordinária, a tentação e a extraordinária, a infestação local [sons, barulhos, gritos e gemidos de natureza desconhecidas, movimento de objetos, odores etc], infestação pessoal [aparições sedutoras ou assuatadores, sugestões sensíveis e imaginativas, mas nada que afete a consciência, o entendimento e o arbítrio] e a possessão [presença atual no corpo com o tormento do espírito humano]. A possessão é atividade diabólica extraordinária em duplo sentido: por ser muito rara e por ser de ordem sobrenatural. O diagnóstico é prudente e passa por uma análise psiquiátrica, parapsicológica, médica, para, assim, se for confirmado, passar para uma terapia curativa: o exorcismo. Há sintomas comuns entre as fenomenologias psiquiátricas e parapsicológicas, o que as diferenciam da atividade diabólica extraordinária são: aversão ao sagrado, falar línguas estranhas, proferir blasfêmias e reagir ao nome de Jesus Cristo etc. Mais importante é a prevenção da presença e da atuação diabólica em nossas vidas, pelas assim denominadas 'terapias preventivas', como a confissão, a comunhão, o sinal da cruz, meditação acerca da vida de Jesus, os sacramentais, objetos bentos, relíquias, ou seja, levar uma vida cristã coerente e digna.
Fonte: Aquinate
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