Lideres de diversas religiões rezam e assumem compromissos pela paz no Intereclesial
em 25/07/2009 12:09:04 (227 leituras)
O último dia do 12º Encontro Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, que acontece em Porto Velho desde o dia 21, começou com um apelo pela paz, feito por líderes de oito religiões. Os religiosos assumiram o compromisso de lutar pela paz.
“O grito que vem da Amazônia só será ouvido se as religiões se derem as mãos”, afirmou o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Geraldo Lyrio Rocha, representante da Igreja Católica. “Chega de divisão, de preconceito e de guerras por motivos religiosos. Chega de ódio por projeção distorcida da verdade que liberta”, disse.
Dom Geraldo concluiu lembrando o papa João XXIII ao afirmar que o caminho da paz passa pela busca da liberdade, da verdade, da justiça e do amor. “A guerra não pode ser motivada pelas religiões”, concluiu o presidente.
O mulçumano Mohamad Zaglout apontou a discriminação das religiões como empecilho à paz. “Todas as religiões possuem a mesma mensagem: paz amor e submissão ao Deus único”, considerou. Na sua opinião, conhecer a religião do outro ajuda a construir a paz. “É preciso buscar conhecer não só a própria religião, mas também a do outro, sem discutir princípios.
Para os indígenas, a paz significa o respeito ao direito dos povos indígenas, especialmente, o da demarcação de suas terras. “A paz que nós indígenas queremos é que todas as terras indígenas sejam demarcadas”, disse a líder Hosana Puruborá.
“Deus, que cuida da criação, pode ser encontrado em todas as religiões”, disse o pastor luterano, Alan Shulz, representante do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil.
Participaram ainda da celebração pela paz um representante do Centro Judaico de Rondônia, José Elarrat; um representante da Igreja Ortodoxa, Mikhael Esber; um representante da Nação Ketu e Babalorixá, Hilton da Veiga Monteiro,e um representante da Igreja Unida do Japão.
Leia a íntegra do texto clicando AQUI
Compromisso conjunto das Religiões
Nós, reunidos em nome da paz e por causa da paz e da vida na terra declaramos:
a) Comprometendo-nos juntos a enfrentar, com responsabilidade e coragem, os problemas e desafios do mundo contemporâneo: destruição da natureza e poluição do meio ambiente – fome, miséria, trabalho escravo, trabalho infantil e desemprego – racismo, intolerância e marginalização das mulheres – materialismo e consumismo – violências, guerras e fabricação de armas – globalização, imperialismo e comércio injusto – ganância, corrupção e quaisquer ações e políticas que não promovam a dignidade e o desenvolvimento humano em harmonia com a riqueza e os limites do planeta.
b) Comprometendo-nos juntos a cuidar da conservação da natureza para a vida da única família humana de todas as gerações, respeitando-nos uns aos outros como habitantes deste planeta onde vivemos como peregrinos.
c) Comprometendo-nos juntos a contribuir na educação das pessoas no respeito e na estima recíprocos, a fim de poder alcançar uma existência pacífica e solidária entre os membros de etnias, culturas e religiões diferentes.
d) Comprometendo-nos juntos a dialogar com sinceridade e paciência, não considerando o que nos divide como um muro insuperável, mas ao contrário, conhecendo que o confronto com a diversidade do próximo pode tornar-se uma ocasião de maior compreensão recíproca e a promover a cultura do diálogo, para que se desenvolvam a compreensão e a confiança recíprocas entre os indivíduos e entre os povos.
e) Comprometemo-nos a defender o direito de todas as pessoas humana de levar uma existência digna, conforme com a sua identidade cultural e a estar da parte de quantos sofrem devido à miséria a ao abandono, fazendo-nos a voz dos que não têm voz e empenhando-nos concretamente para sair de tais situações, convictos de que sozinhos, ninguém pode ser feliz.
f) Comprometendo-nos juntos a fazer nosso o brado de todos os que não se resignam à violência e ao mal, contribuindo com todos os nossos esforços para a edificação e consolidação de um mundo de solidariedade, e a humanidade tenha uma real esperança de justiça e de paz
“Que nenhum ódio nem nenhum conflito, que nenhuma guerra encontre um incentivo nas religiões. A guerra não pode ser motivada pelas religiões. Que as palavras das religiões sejam sempre palavras de Paz! Que as religiões guiem os corações na pacificação da terra!”
Fontes: http://www.cnbb.org.br/ns/modules/news/article.php?storyid=1893
http://www.cnbb.org.br/ns/modules/news/article.php?storyid=1893
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