Carlos Nougué
No dia 14 de setembro comemora-se a Festa da Exaltação da Santa Cruz. Data de muito tempo a origem remota desta festa. Com efeito, para celebrar a invenção (achado) da Cruz de Cristo por Santa Helena, mãe do imperador Constantino, já em 14 de setembro de 335 se dedicaram ao Santo Lenho as basílicas constantinianas. Mas a atual Festa da Santa Cruz comemora particularmente a retomada, em 628, do Lenho Sagrado aos persas. Estes, ao conquistar Jerusalém, se haviam apoderado da relíquia suprema, e quatorze anos depois, no referido ano, o imperador Heráclito os derrotou e a reconquistou para a Cristandade. Entrando na Cidade Santa, quis portá-la ele próprio, com grande magnificência, para recolocá-la no Calvário; mas uma força invisível não o deixou prosseguir. Zacarias, Bispo de Jerusalém, testemunhando-o, advertiu: “Com essas vestes estais longe de imitar a Jesus Cristo e a humildade que levou consigo até a Cruz.” Heráclito despojou-se das ricas vestes que trajava, descalçou-se e cobriu-se com um manto ordinário, e pôde então, já sem dificuldade, levar a Santa Cruz até o Calvário.
“Quanto a nós”, como diz São Paulo (Gál., VI, 14), “devemos gloriar-nos na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo; n’Ele está a nossa salvação, vida e ressurreição. Por Ele fomos salvos e libertados”. E saudemo-La com a liturgia: “Dulce lignum, dulces clavos, dulcia ferens pondera: quae sola fuisti digna sustinere Regem caelorum et Dominum. Alleluia” (“Doce Lenho, doces cravos, que precioso fardo suportais! Somente tu foste digna, ó Cruz, de sustentar o Senhor e Rei dos céus. Aleluia)”.
Pois bem, no dia 13 de setembro próximo se comemorará, no beneditino e tradicional Mosteiro da Santa Cruz, de que sou oblato, a Festa da Santa Cruz. Além da celebração da Santa Missa, encenar-se-á, então, um fragmento do Auto da Lusitânia, do grande teatrólogo católico Gil Vicente; executar-se-ão peças musicais barrocas; e dar-se-ão algumas palestras, por nosso Prior, Dom Tomás de Aquino, por este que vos escreve e outros. Entre os temas destas palestras, “A vida monástica beneditina” e “A Realeza de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
No sábado 12 de setembro, realizar-se-á um grande debate sobre o livro do Padre Álvaro Calderón A Candeia Debaixo do Alqueire — Questão Disputada sobre a Autoridade Doutrinal do Magistério Eclesiástico a Partir do Concílio Vaticano II, recém-publicado pelas Edições Mosteiro da Santa Cruz e pelo Angelicum — Instituto Brasileiro de Filosofia e Estudos Tomistas.
Estão todos convidados a participar das atividades destes dois dias. Venham sobretudo assistir à Santa Missa e receber os sacramentos da confissão e da eucaristia. Deixem-se enlevar pelo solene rito tridentino e seu canto gregoriano. Hospedem-se (os homens) em nosso Mosteiro e vivam por alguns dias o ambiente de silêncio e recolhimento neste canto do Céu na terra. Façam as refeições com os monges, escutando a leitura em retrotom de alguma obra edificante. Visitem nossas amplas bibliotecas e leiam algumas das raridades católicas que contêm. Repousem, enfim, no meio de uma paisagem de ciprestes, pinheiros e eucaliptos. Para as mulheres, pode-se conseguir alojamento em casas de fiéis.
Eis o endereço e demais dados do Mosteiro: Estrada Alcino Cunha Ferraz, km 2, Janela das Andorinhas, Alto dos Michéis, Nova Friburgo, RJ; endereço para correspondência: Caixa Postal 96582 – Nova Friburgo – RJ – 28610-974; telefone (das 14:30h às 16:30h de terça a sábado): (22) 2540-1367; fax: (22) 2540-1218; e-mail: mostsantacruz@uol.com.br .
Como, porém, dado o regime de clausura, oração e trabalho dos monges, nem sempre é fácil comunicar-se com eles, peço aos interessados em participar dos dois dias de comemoração da Santa Cruz que me escrevam para o seguinte e-mail: carlosnougue@hotmail.com. Necessitamos saber quantos virão, para providenciar adequadamente sua hospedagem e alimentação. Além disso, aos que nunca vieram ao Mosteiro darei indicações precisas de como chegar a ele.
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“A luta que precede a boa obra que se pretende fazer é como a antífona que precede o salmo solene por cantar” (Padre Pio de Pietrelcina).
“Afasta-te do mundo. Escuta-me: um se afoga em alto-mar, outro se afoga num copo d’água. Que diferença há entre um e outro? Não estão mortos os dois?” (Padre Pio de Pietrelcina).
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