terça-feira, 4 de agosto de 2009

Pe. Fábio e Pe. Joãozinho sustentam a heresia luterana da consubstanciação

Pe. Fábio e Pe. Joãozinho sustentam a heresia luterana da consubstanciação

Autor: Renato Salles

Pe. Joaozinho, SCJ e mais uma vez o Pe. Fabio de Melo, em um programa de TV realizado recentemente na Canção Nova, sustentaram uma heresia. Desta vez, a heresia defendida por eles é a consubstanciação. Esta diz que junto ao Corpo e Sangue de Cristo continuam presentes, na hóstia e no vinho consagrados, o pão e o vinho. A defesa de tal heresia fica bem clara no vídeo abaixo.

http://www.youtube.com/watch?v=ujp5U6ND1W4&feature=related

Segundo eles, a matéria continua sendo o pão e o vinho mesmo após a consagração, mesmo que a estes sejam acrescidos o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor. O próprio Fábio de Melo sustenta tal em seu mais novo (e herético) livro: “Carta entre amigos”: “Esta mística nos permite uma aproximação ainda mais interessante da eucaristia, acontecimento ritual que nós, católicos, chamamos de “presença real de Cristo”. O que é a presença real?[ ...]O pão e o vinho somente? Não.” (Fonte:
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=polemicas&artigo=20090703131525&lang=bra
Para eles, portanto, não há uma mudança na matéria, pois a mesma continua mesmo após a consagração, pois a presença real é pão e vinho, mas não somente, i.é., é pão, vinho, Corpo e sangue de Cristo. E isto é consubstanciação, doutrina luterana.

Sob uma perspectiva aristotélica, todo ser sensível possui matéria e forma. É o que Aristóteles chama de sínolo. Nos seres sensíveis, com a exceção do homem, toda forma está completamente absorvida na matéria. Quando dizemos “pão” nos referimos ao composto matéria-forma.

No caso específico da hóstia, a matéria que a compõe é água e farinha de trigo, sem adição de sal e fermento. (daí, pão ázimo, ou seja, sem fermento). A combinação destes elementos formará o pão que será consagrado pelo sacerdote. Ao ser consagrado, se opera o milagre, ou seja, não só a forma deixa de ser pão, já que houve uma mudança em sua substância, como também - lembrando que a forma está absorvida na matéria - a matéria deixa de ser pão. O que se mantém são os acidentes que continuam sendo os mesmos. Daí, falarmos nas “aparências” do pão e do vinho. O formato, o sabor, o cheiro, o teor alcoólico (no caso do vinho), etc, continuam, já que estes não podem existir por si, mas sim em outro (daí acidentes, aquilo que não existe por si, mas no outro). Há, depois da consagração, uma mudança na substância, na essência, naquilo que é mais particular no pão e que o faz ser aquilo que ele é. Por isso, transubstanciação: mudança da substância do pão para a substância do Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor.

São Tomás, na Suma Teologica, fazendo uma comparação entre uma transmutação natural, que é a mudança de ser a outro ser, por exemplo, de uma mesa de madeira em uma cadeira de madeira, e a transubstanciação, diz: “Hay, sin embargo, diferencias [entre a transmutação natural e a transubstanciação]. Porque en la transmutación natural permanece la misma materia o sujeto, mientras que en este sacramento permanecen los mismos accidentes.” (Suma Teologicae, III, q.. 75, a. 8). Em outras palavras, na transubstanciação a matéria muda, permanecendo os mesmos acidentes. E isto é lógico, já que não poderia existir uma matéria sem forma, i.é., não poderia existir a matéria do pão e do vinho, sendo que a forma é a do Corpo e Sangue de Nosso Senhor e nem poderia coexistir as duas formas no mesmo ser.

“Por consiguiente, para salvar la verdad de este sacramento, no queda más que afirmar que la sustancia del pan, después de la consagra ción, no puede permanecer.” (Suma Teologicae, III, q.. 75, a. 2). Isto vai bem contra a concepção do padre Joãozinho e do Pe. Fábio de Melo de que o pão se mantém mesmo após a consagração, pois o aquele diz claramente que não há uma “transmaterialização”. Em outras palavras, não há, segundo ele, uma mudança na matéria.
No Concilio de Trento foi condenadoa a heresia defendida pelo Pe. Fábio de Melo e pelo Pe. Joãozinho, a consubstanciação (marcação minha):

884. Cân. 2. Se alguém disser que no sacrossanto sacramento da Eucaristia fica a substância do pão e do vinho juntamente com o corpo e o sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo; e negar aquela admirável e singular conversão de toda a substância de pão no corpo, e de toda a substância do vinho no sangue, ficando apenas as espécies de pão e de vinho, que a Igreja com suma propriedade (aptissime) chama de transubstanciação — seja excomungado [cfr. n° 877].

Além disso, o padre Joãozinho diz que no documento do Vaticano II, Sacrossantum Concilium, estabelece que o irmão, a palavra, etc, são presenças eucarísticas. Mas, conferindo o documento citado, no ponto 7 que se refere às presenças de Jesus, aquele não fala em presenças eucarísticas, mas simplesmente em presenças, ou seja, nas diversas presenças de Cristo. Esta palavra, “eucarística”, não existe no ponto 7, apontado pelo padre, a não ser para designar as espécies eucarísticas, ou seja, a hóstia e o vinho consagrados. Vejamos o documento:
“presença de Cristo na Liturgia

7. Para realizar tão grande obra, Cristo está sempre presente na sua igreja, especialmente nas acções litúrgicas. Está presente no sacrifício da Missa, quer na pessoa do ministro - «O que se oferece agora pelo ministério sacerdotal é o mesmo que se ofereceu na Cruz» (20) -quer e sobretudo sob as espécies eucarísticas. Está presente com o seu dinamismo nos Sacramentos, de modo que, quando alguém baptiza, é o próprio Cristo que baptiza (21). Está presente na sua palavra, pois é Ele que fala ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura. Está presente, enfim, quando a Igreja reza e canta, Ele que prometeu: «Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» (Mt. 18,20).

Em tão grande obra, que permite que Deus seja perfeitamente glorificado e que os homens se santifiquem, Cristo associa sempre a si a Igreja, sua esposa muito amada, a qual invoca o seu Senhor e por meio dele rende culto ao Eterno Pai.
Com razão se considera a Liturgia como o exercício da função sacerdotal de Cristo. Nela, os sinais sensíveis significam e, cada um à sua maneira, realizam a santificação dos homens; nela, o Corpo Místico de Jesus Cristo - cabeça e membros - presta a Deus o culto público integral.

Portanto, qualquer celebração litúrgica é, por ser obra de Cristo sacerdote e do seu Corpo que é a Igreja, acção sagrada par excelência, cuja eficácia, com o mesmo título e no mesmo grau, não é igualada por nenhuma outra acção da Igreja.”

Outras coisas poderiam ser comentadas, mas, por hora, creio que já basta. Fiquemos em oração para que os dois padres se desfaçam o mais rápido possível de suas heresias e voltem ao seio da Igreja Católica.

2 comentários:

Theophilus disse...

Parabéns pela postagem, muito boa análise.

Hilton disse...

Interessante, esses fatos demonstram que os padres hereges se importam com os blogs tradicionais.

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