quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Voltaire, Vol et taire‏

“O plágio, a cópia”
In: Pequena Fábrica de Literatura

O plágio é a reprodução pura e simples de um texto ou um fragmento de texto. Plagiar, diz o dicionário Robert, é copiar de um autor, atribuindo a si indevidamente as passagens da obra.

François Maynard (1582-1646)

Os humores teus são governo de estado;
Teu capricho faz calma e tempestade
E tu ris quando vês-me confinado
Em minha vila, longe da majestade.

Cléomedom, tudo sai-me a contento:
É tão belo o deserto em sua guarita,
Reconheço e me rendo a este tempo,
Fujo ao mundo e me torno eremita.

Sou feliz de enrugar sem ter prestia,
De me esconder, viver qual se queria,
Fazer troça do medo e da esperança.

Caso o Céu, que tão bem me recebeu,
Se apiede, de tu e desta França,
O teu gozo seria igual ao meu.

Voltaire (1694-1778)

É teu humor governo de estado;
Tua vontade faz calma e tempestade;
Mas tu ris quando vês-me confinado
Em minha vila, longe da majestade.
Que mal há, enrugar sem ter prestia
Não ter zelos, viver qual se queria?
Ah! Se o Céu, que tão bem me recebeu,
Se apieda, de tu e desta França,
O teu gozo seria igual ao meu.

Vejamos como Voltaire se justificava do procedimento, nas suas Cartas Filosóficas:

“Quase tudo é imitação. O Boiardo imitou o Pulci, e o Ariosto o Boiardo. Os espíritos mais originais emprestam um dos outros. Metastásio compôs a maioria de suas óperas a partir das tragédias francesas. Diversos autores ingleses nos copiaram e calaram isso. Livros são como o fogo das lareiras: toma-se o fogo no vizinho e acende-se em casa, passa-se adiante e ei-lo pertencente a todos.”

Tradução de Luis de Carvalho

http://traducoesgratuitas.blogspot.com/2007/11/isso-voltaire.html

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